No próximo dia 5 de março, a Faculdade de Medicina da UFMG comemora 105 anos de existência. Desde 1911, ano de sua criação, a Faculdade já formou mais de 17 mil médicos. E diversas foram as mudanças que ocorreram nesses vários anos de história, desde as transferências de prédios até as modificações no currículo do curso.
Atualmente, a unidade tem cerca de 2.500 alunos ao ano, sendo 1.920 do curso de Medicina, 250 de Fonoaudiologia e mais de 300 de Tecnologia em Radiologia. A unidade conta, ainda, com dez programas de Pós-Graduação, com aproximadamente 800 alunos por ano, e atividades de extensão de órgãos complementares, como o Nupad (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico) e o Nescon (Núcleo de Educação em Saúde Coletiva).
Ao todo, são 430 professores para os três cursos, 130 técnicos administrativos da UFMG que trabalham na unidade e 120 funcionários contratados por projetos, estagiários e menores da cruz vermelha, aproximadamente.
Para o diretor da Faculdade de Medicina, Tarcizo Afonso Nunes, nos últimos anos, a Unidade teve um crescimento grande em todas as atividades, como a criação do Centro de Relações Internacionais; as obras do Centro de Pós-Graduação, com instalação de aparelhos para a realização de videoconferências; as obras do 4º andar da Unidade, que irão contar com laboratórios de pesquisa; além das diversas obras para melhoria das estruturas físicas da instituição.
Dentre as perspectivas para os próximos anos, está a criação do Departamento de Medicina de Família e Comunidade. No ano passado, houve um seminário na Unidade que apresentou a existência de cerca de 44 mil equipes de Medicina de Família no Brasil. Entretanto, há no país, cerca de 7 mil médicos com formação nessa especialidade. Segundo Tarcizo, existe uma responsabilidade da Faculdade para uma boa formação de médicos de família. “Conforme informações de especialistas, do Brasil e outros países, que participaram desse seminário, 80% dos casos foram resolvidos com o médico de medicina de família, sem a necessidade de encaminhar para outras especialidades. Com a melhoria da qualidade da atenção básica, daremos uma assistência melhor para os doentes, além de reduzir custos e filas dos hospitais”, afirma.
Para o vice-diretor da Unidade, Humberto Alves, agora é o momento de repensar um pouco a Faculdade, principalmente pela fase de transição do novo currículo do curso de Medicina. “É importante que o estudante entre no campo de prática o mais cedo possível e essa alteração faz parte do novo currículo do curso. Essa relação com a pessoa, com o que ele vai lidar profissionalmente no futuro, conhecer o serviço, a estrutura, é um grande avanço, uma modificação importante”, comenta.
Há 40 anos na Faculdade, também como aluno e professor, Humberto acredita que é preciso acompanhar as evoluções tecnológicas. “Nesse período houve um grande salto. Quando eu entrei na Faculdade de Medicina, não existia computador pessoal. Atualmente, o acesso a informação para o funcionamento da escola é importante, para alunos, professores e público”. Ainda segundo Humberto, a tecnologia contribuiu como um todo para a Faculdade, mas sem deixar de considerar a relação entre médico e paciente. “O tecnológico é para melhorar a vida das pessoas, ajudar no ensino, aprendizado, na promoção e prevenção de saúde”, explica.
Tarcizo Nunes lembra, ainda, que a Faculdade conta com o Cetes (Centro de Tecnologia em Saúde), que possibilita, por meio dos programas de Telessaúde, que alunos e médicos de família do interior tenham consultorias com profissionais da Faculdade e do Hospital das Clínicas da UFMG.
“A escola continua cumprindo com o papel dela, da melhor forma possível, de formação de pessoas na área da saúde, especificamente, Medicina, Fonoaudiologia e Tecnologia e Radiologia. É o momento da gente parar um pouco e refletir sobre o que aconteceu, o que vai acontecer e quais são as propostas. A gente tem sempre que ter em mente, que são milhares de pessoas que ajudaram a construir a história da Faculdade de Medicina, tanto como alunos, funcionários, professores”, conta o vice-diretor da Unidade, Humberto Alves.
Para marcar os 105 anos da Faculdade de Medicina da UFMG, um selo comemorativo foi desenvolvido pela Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Instituição para ser utilizado nas peças gráficas de eventos da Unidade.
Segundo a designer gráfico que criou a peça, Juliana Guimarães, o objetivo é levar em consideração todos os 105 anos de experiência de estudantes e professores que passaram pela Faculdade. “Fiz pesquisa para coletar informações sobre o início da Faculdade de Medicina e também levantamento de um referencial imagético. Com isso, busquei conhecer um pouco de como foi a origem da Faculdade, as primeiras instalações, reformas, primeiras turmas, etc. Mediante isso, o próximo passo foi definir um conjunto de palavras-chaves para nortear um conceito a ser trabalhado no selo comemorativo. As palavras escolhidas foram: tradição, valor e idoneidade”, explica.
Ainda de acordo com Juliana, as escolhas para a construção gráfica foram arabescos e duas cores na seleção da paleta: o verde e o dourado. A primeira faz referência à própria Faculdade e a segunda busca a ideia do valor e da idoneidade.
O manual de aplicação do novo selo está disponível através do site ACS da Faculdade. Os interessados também podem baixar a imagem como fundo de tela para o computador.