7 de abril, dia mundial da saúde

Publicado em Notícias - 7 de Abril de 2010

Para a grande maioria das pessoas, ter saúde significa estar livre de doenças. Esta definição é insuficiente para um conceito tão vasto. É o que afirma o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, João Gabriel Marques Fonseca. “Prevenir ou tratar doenças e fazer diagnósticos precoces não é promover a saúde. Isto é uma pequena parte de um estado muito mais amplo, determinado por variáveis multifatoriais: biológicas, sociais, comportamentais e culturais”, explica o professor.

No ano de 1949, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conceituou a saúde como um “completo estado de bem-estar físico, mental e social”. Por isto, para promover a saúde em seu dia mundial, é necessário reconsiderar conceitos e práticas.

João Gabriel orienta que cuidar da saúde não é papel somente de médicos e profissionais da área. “Qualquer pessoa pode promover a saúde. Cabe a cada cidadão investir na melhora do modo de viver cotidiano: na alimentação, no cuidado com o corpo, no cultivo de relacionamentos interpessoais saudáveis, na organização de tarefas cotidianas”, esclarece.

Promovendo a saúde
De acordo com a avaliação do professor João Gabriel, as pessoas devem desenvolver habilidades físicas e psíquicas que permitam lidar com estímulos desfavoráveis do meio em que se está inserido. “Os estímulos adversos podem ser, basicamente, de duas naturezas. Agressões, que são de natureza física: frio, fome, calor excessivo, ambientes insalubres ou sintomas do corpo, por exemplo. E ameaças, que devem ser compreendidas como questões de ordem psicológica: stress, raiva, frustrações, falta de informação e cultura ou relacionamentos interpessoais conturbados. O ‘estar saudável’ significa sempre estar em ‘equilíbrio adaptativo’”, ensina.

Para desenvolver a adaptabilidade necessária a saúde, o professor sugere a atenção a quatro pilares básicos. São cuidados com os hábitos de vida, com os relacionamentos, com a qualidade de educação, cultura e informação, e com a organização de tarefas cotidianas.  “As pessoas devem desenvolver o auto-cuidado: ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, cuidar da qualidade do sono e dos cuidados diretos com o corpo. A qualidade das relações interpessoais também aumenta a quantidade de estímulos favoráveis à saúde”, alerta João Gabriel.

“Outro fator importante é a organização do trabalho: hierarquizar as tarefas pode ser uma forma de otimizar o tempo disponível e desenvolver o trabalho de maneira eficiente. Por fim, mas não menos importante, a informação é primordial à saúde plena. O acesso à educação e a cultura representam uma melhora efetiva nas condições sócio-ambientais”, pondera.

Mantendo-se saudável
João Gabriel Fonseca explica que, para manter-se saudável, é necessário criar uma reserva de adaptabilidades. “Todos devem se cuidar, mesmo que não haja estímulos desfavoráveis. Assim se atinge a plena saúde. A pessoa é quem ‘escolhe’ o stress. E o stress sempre escolhe a doença”, conclui.
 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG
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