Morre Izabel dos Santos, batalhadora pela Saúde Pública no País

Publicado em Diversos - 2 de dezembro de 2010

Faleceu na quarta-feira, aos 83 anos,  Izabel dos Santos, uma das pessoas que mais lutou em defesa da qualificação do trabalhador de nível técnico em saúde no Brasil.  Nasceu em Pirapora, município localizado ao norte de Minas Gerais, às margens do Rio São Francisco, na madrugada do dia 07 de março de 1927. Como era de seu desejo, será enterrada hoje, em sua cidade natal.

A enfermeira Izabel foi parceira importante em várias iniciativas e projetos desenvolvidos no Nescon. Segundo Francisco Campos, coordenador licenciado do Núcleo e  Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação em  Saúde do Ministério da Saúde, “Izabel do Santos representa para a educação do trabalhador de nível técnico em saúde o que Sérgio Arouca representa para a Saúde Pública no Brasil”. afirmou.

Em 2002 ela  foi homenageada com a publicação do livro Izabel dos Santos: A arte e a paixão de aprender fazendo, organizado por Janete Lima de Castro, José Paranaguá de Santana e  Roberto Passos Nogueira. Por eles, foi apontada como “ uma mulher que teve a ousadia de transformar sonhos em realidade e mais, teve a coragem de brigar (algumas vezes de forma bem divertida, outras vezes de forma bastante furiosa) por eles, sempre movida pela energia da paixão e do compromisso com o ser humano e com o seu trabalho”.

A  Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, também lhe prestou homenagem, ao inaugurar, em 1° de novembro de 1989,  a Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Izabel dos Santos (ETIS).

No Ministério da Saúde, aposentou-se como enfermeira, mas atuava como consultora do Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, (Profae/Deges/MS).

Izabel dos Santos
 Mulher, negra, enfermeira, comunista, sempre  contestava as desigualdades e injustiças, inconformada diante da assistência de enfermagem não condizente com as necessidades de saúde da população, pelo desinteresse na qualificação dos profissionais de enfermagem de nível médio. “Fui massacrada pela idéia de defender a formação no nível médio. Eu só tinha (e tenho) compromisso com uma coisa: com a qualidade do serviço prestado à população”, revelou em artigo publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP, em 2007

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Redação: Zirlene Lemos –  Comunicação Nescon
Crédito foto: Arquivo Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – SGTES/Ministério da Saúde