Atenção domiciliar para um Natal em família

Publicado em Diversos - 23 de dezembro de 2014

No próximo dia 25, Maria Fernanda Lemos, de um ano e seis meses, vai passar o seu primeiro Natal em casa. Antes de a criança nascer, os exames regulares não diagnosticaram nenhum problema – fato que não foi confirmado após a mãe Aline de Moura Lemos dar à luz. “Quando ela nasceu, foi para o CTI, onde ficou por sete meses. Lá, foi estomizada, fez gastrostomia e os médicos descobriram que ela tinha apneia de origem central”, relata Aline.

Depois disso, Maria Fernanda foi encaminhada ao Centro Geral de Pediatria do Hospital João Paulo II, vinculado à Rede Fhemig, onde ficou internada por mais sete meses e só saiu com o acompanhamento do Programa de Atenção Domiciliar. “Por ser a primeira criança que saiu do hospital fazendo uso de morfina e com um quantitativo muito grande de doses diárias, além de outras medicações, ficaram combinadas visitas domiciliares diárias”, explica Aline.

Essas visitas incluem os seguintes profissionais: médico, fisioterapeuta, técnico de enfermagem e enfermeiro, dentre outros. “É uma relação de confiança e respeito, com toda a família. Eles são carinhosos e sempre esclarecem nossas dúvidas”, acrescenta.

Em 2014, a equipe de atenção domiciliar do Hospital João Paulo II antecipou a data festiva, fazendo com que esse primeiro Natal em casa fosse ainda mais especial para Maria Fernanda. Carregando balas e presentes em companhia da “Mamãe Noel”, o “Papai Noel” já visitou a criança e seus irmãos. E por ter passado o último Natal longe dos outros familiares para acompanhar Maria Fernanda, a mãe Aline exalta a ação: “Como não pudemos ir ao shopping, ele veio até nós. Muitos esquecem qual é o espírito natalino. Não é essa coisa de consumismo, mas da família estar reunida, com comunhão”.

Sobre a ação

Segundo a assistente social Vera Lúcia Anastácio, integrante da equipe do Programa de Atenção Domiciliar, a ação é um movimento de solidariedade, que conta com a participação dos profissionais envolvidos. “Essas crianças são pacientes graves, sem estabilidade clínica para saírem de casa e vivenciarem o Natal”, afirma. Ao tirar essas crianças do hospital, portanto, a proposta é investir na qualidade de vida, dando oportunidades para que elas convivam com a família e a comunidade.

Cursos de atenção domiciliar

Em parceria com a fisioterapeuta Rita de Cássia, Vera Lúcia representou essa e outras experiências de humanização, vividas pelo Programa de Atenção Domiciliar do Hospital João Paulo II, para auxiliar na elaboração de unidades dos cursos do Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar a distância, produzidos pelo Nescon/UFMG sob a coordenação do Ministério da Saúde.

Os cursos têm como objetivos tornar gestores aptos a implantar serviços de atenção domiciliar, além de fazer com que profissionais da atenção à saúde desenvolvam habilidades para qualificar o atendimento prestado nessa modalidade. O objeto de estudo são os cuidados à saúde, cuja complexidade, frequência e especificidade impõem a intervenção de profissionais da saúde de nível superior no atendimento ao indivíduo em todas as modalidades de atenção domiciliar.

Saiba mais sobre os cursos no site do Ágora.