AVAS21: o primeiro passo rumo ao futuro da Faculdade

Publicado em Notícias - 7 de dezembro de 2015

Evento discutiu o uso atual da tecnologia na Faculdade de Medicina e as possibilidades de incorporação das mídias digitais para a educação e a saúde

O Seminário Ambiente Virtual de Aprendizagem em Saúde (AVAS21) e a Mostra de Experiência de Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Faculdade de Medicina da UFMG, ocorridas na última sexta-feira, 4 de dezembro, contou com a participação dos centros e núcleos da Instituição na apresentação do uso atual da tecnologia nos processos de ensino e aprendizagem.

O vice-diretor, Humberto Alves, firmou compromisso da Diretoria em apoiar as iniciativas do uso da tecnologia para a Faculdade. Foto: Karen Costa

O diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Tarcizo Nunes, afirmou que esse foi o início de uma mudança de cultura da Medicina. “Como podemos ver na Mostra, estamos debatendo o futuro que já está acontecendo no presente. Agora o importante é tornar esse futuro disponível para toda a área acadêmica e de saúde da Faculdade”, completou o professor e vice-diretor, Humberto Alves.

Alves firmou o compromisso da Diretoria em apoiar as iniciativas e continuar trabalhando para melhorar a infraestrutura física e capacitar as pessoas. “Ficou evidente que há várias pessoas trabalhando com iniciativas e ações brilhantes. A partir de agora, temos que trabalhar para unir esses esforços. Devemos aproveitar a infraestrutura já disponível da melhor forma possível, como através da parceria com o Caed – Centro de Apoio à Educação a Distância -, por exemplo”, declarou. “Esse seminário já cumpriu seu papel ao nos fazer conhecer uma série de ações que já existem e que podem se convergir para um processo de aprendizagem mais agradável e resolutivo. Esse é o primeiro evento de muitos que virão”, continuou.

Experiências compartilhadas sobre educação a distância

Durante a parte da tarde, o professor Eduardo Tavares apresentou as experiências com as avaliações online na educação a distância (EAD) do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da
Faculdade de Medicina da UFMG. Ele ressaltou que as competências devem ser avaliadas de acordo com cada disciplina, módulo, especialidade, etc., e que as avaliações devem seguir seus objetivos. “É até possível avaliar as competências psicomotoras através de uma prova teórica, mas o ideal, nesse caso, é termos provas práticas”, defende.

Dentre as diversas opções de avaliações existentes que explicou, o professor evidenciou as de múltipla escolha, método utilizado pelos cursos do Núcleo em suas avaliações presenciais com provas online. Tavares contou que o Nescon utiliza um banco de dados que constrói as provas, escolhendo de forma aleatória as questões e a ordem das repostas. Com esse procedimento, não é possível que o aluno copie a prova e ainda recebe a correção com justificativa da resposta e sua nota logo após o término.

O professor Eduardo Tavares destacou a experiência do Nescon com avaliações nos cursos EAD. Foto: Carol Morena

“Baseado em todos os tipos de provas que podemos oferecer, percebe-se que o mais difícil é elaborar a prova, porque há uma série de considerações para a elaboração das questões”, afirmou. “A primeira coisa que devemos aprender é que prova não deve ser uma forma de punir os alunos. Ela também é um método de aprendizagem”, advertiu. No caso do Nescon, é utilizado como base o guia de elaboração de itens da UNA-SUS  que auxilia de forma detalhada como elaborar questões. Dentre as dicas, há a recomendação de que o enunciado seja claro, preciso, sintético e completo. “Do ponto de vista pedagógico é melhor reforçar a resposta correta, por isso não é recomendável fazer uma questão que tenha que marcar a resposta errada ou com palavras como exceto”, disse Tavares.

Isabel Spínola Castro, coordenadora do Centro de Educação e Apoio Social do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), também falou sobre a educação a distância, mas com base nas experiências do Programa de Triagem Neonatal, um dos programas de extensão do Núcleo. A coordenadora apresentou e explicou sobre duas modalidades de videoconferências, os seminários eletrônicos e os cursos em EAD usados pelo Nupad. Cada um deles se diferencia de acordo com o objetivo, o público (localidade e quantidade), necessidade do uso de material além de vídeo, entre outras questões.

Ela disse que os cursos em EAD é o melhor modo de atender a elevada demanda, todas as responsabilidades e relacionar com a diversidade e quantidade necessária de pessoas. “Fazemos triagem em todos os municípios de Minas Gerais. Temos pacientes em praticamente todo o território, sendo que eles também estão nas escolas. Nossa ideia é atender a saúde, mas também fazer a interseção com a educação, como uma política pública intersetorial”, contou. Isabel informa que o Nupad oferece as ações para as pessoas que fazem acompanhamento; a comunidade em geral; funcionários e acadêmicos da universidade; e o público externo como profissionais da saúde, da educação e áreas afins; sendo todas relacionadas com as doenças que o Núcleo faz acompanhamento.

Incorporação de mídias e tecnologias

A professora Rosália Torres, representando o Centro de Tecnologia em Saúde (Cetes) da Faculdade, falou entusiasma sobre a incorporação de mídias no ensino a distância como grandes elementos que favorecem o aprendizado. A professora apresentou alguns dos materiais produzidos pelo Cetes para facilitar a compreensão de como essa incorporação pode e deve ser diferenciada para cada objetivo, considerando os cursos e os públicos.

“A educação a distância tem uma grande vantagem para um país amplo como o Brasil. Mas temos um desafio no EAD que é tornar os temas agradáveis e até palatáveis conforme sua dificuldade. É aqui que a mídia surge como elemento extremamente importante para seduzir o aluno e driblar o principal problema da EAD que é a adesão”, declarou. “Podemos fazer o uso das mídias para informações básicas como semiologia, até para mais sofisticadas como apresentar a fisiopatologia de doenças complexas”, completou.

Já o professor Claudio de Souza, coordenador do Cetes, explicou sobre as estratégias do uso da Telessaúde. “Implementar a tecnologia e incluir as pessoas não é fácil. Dentre os fatores limitadores há a falta de rede e de infraestrutura, exclusão digital e o próprio investimento em saúde no Brasil aquém dos países desenvolvidos”. Segundo Souza, a oferta de Telessáude é importante por, principalmente no interior do país, poder auxiliar na resolutividade dos casos, sem a necessidade de encaminhá-los para os grandes centros. “Muitas pessoas podem se beneficiar ao terem uma orientação de um especialista da Faculdade na solução dos seus problemas, através da Telessaúde”, argumentou.

O professor Claudio de Souza explicou sobre a Telessaúde. Foto: Karen Costa

De acordo com o professor, o Cetes se preocupa em produzir o próprio material utilizado para os conteúdos instrucionais, sem cópia da internet. Citando o total de imagens e vídeos produzidos pelo Centro, ele lembrou que tudo está à disposição da Faculdade. Souza concluiu sua participação dizendo acreditar ser fundamental a união de todos para alcançar resultados maiores e melhores. “Temos que construir equipes nas quais cada um possa contribuir com algo e realizarmos um trabalho mais efetivo”, defendeu.

“O que temos de diferencial do Cetes, apesar de estamos ligados no espaço físico e no organograma, é voltarmos um pouco mais para a computação”, pontuou a professora Zilma Reis, que discorreu sobre as experiências do Centro de Informática em Saúde (Cins) sobre a simulação em ambiente virtual para o ensino de saúde. “Quando você tem a união de imagem, som e movimento, pode-se oferecer, de maneira mais apropriada, o conhecimento sobre anatomia e fisiologia, por exemplo. Com esses elementos há um ganho muito interessante como complemento as formas de ensino tradicionais”, relatou.

A professora explicou que a simulação virtual permite a interação do humano e o computador de uma forma mais natural, na qual se explora os sentidos como visão, audição e tato. Diferente de um filme 3d, por exemplo, precisa ter interação em tempo real, dar preferencialmente a sensação de imersão e estimular a participação e imaginação do aprendiz. Dessa forma, a pessoa deixa de ser passiva e utiliza dos seus canais sensoriais para a experiência e aprendizado. “A vantagem da simulação virtual para os simuladores tradicionais como robótica é a democracia e a disponibilidade. A realidade virtual é possível de se levar para qualquer lugar, com ambientes mais simples e custos reduzidos de manutenção”, afirmou.

Resultado parcial do diagnóstico sobre o uso atual de tecnologia

Também foi exposto, de forma sumária, os resultado e análise das respostas dos questionários sobre o AVAS e as tecnologias no cenário atual da Faculdade, os quais foram respondidos por monitores de graduação e coordenadores dos núcleos, centros e departamentos. Segundo a professora Maria do Carmo, eles serão compilados e entregues em cada setor.

 

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