Brasil passa a integrar grupo de países com baixa prevalência de cárie

Publicado em Notícias - 3 de Janeiro de 2011

imagesca7meuos1O ministro da saúde, José Gomes Temporão, divulgou no último dia 28, os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010). O levantamento, feito com base em entrevistas e exames bucais em 38 mil pessoas, revela que o Brasil passou a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cáries, um reflexo direto da implantação do programa Brasil Sorridente, em 2003, que passou a oferecer prevenção, tratamento especializado e reabilitação em todo o país.

Para estar neste grupo, o indicador CPO (sigla para dentes cariados, perdidos e obturados) deve estar entre 1,2 e 2,6, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde. Em 2003, o país tinha índice de 2,8, passando, atualmente, para 2,1 — melhor que a média dos países das Américas.

“É um resultado expressivo que expressa a prioridade dada à política. Esse é o grande diferencial do trabalho que foi feito: uma decisão política coloca uma prioridade. Essa prioridade é perseguida e isso se reverte em benefícios para a população”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

A pesquisa aponta uma queda de 26% no número de cáries dentárias nas crianças de 12 anos desde 2003 — idade usada como referência pela Organização OMS, pois é nela que a dentição permanente está praticamente completa.

Outro dado relevante da SB Brasil 2010 é o número de crianças que nunca tiveram cárie na vida. A proporção de crianças livres de cárie aos 12 anos cresceu de 31%¨para 44%. Isso significa que 1,4 milhão de crianças não têm nenhum dente cariado atualmente — 30% a mais que em 2003.

ADOLESCENTES – Na faixa etária dos 15 aos 19 anos, a queda do CPO foi ainda maior, passando de 6,1 em 2003, para 4,2 este ano – uma redução de 30%. São 18 milhões de dentes que deixaram de ser atacados pela cárie. Entre os adolescentes, 87% não tiveram perda dentária. A necessidade de prótese parcial (substituição de um ou alguns dentes) entre os adolescentes caiu 50%.

ADULTOS – Na população com idade entre 35 e 44 anos o CPO caiu 19%, passando de 20,1 para 16,3 em sete anos. Comparando os números de 2003 e 2010, temos redução de 30% no número de dentes cariados, queda de 45% no número de dentes perdidos por cárie, além do aumento de 70% no número de dentes tratados. Isso significa que a população adulta está tendo maior acesso ao tratamento da cárie e menos dentes estão sendo extraídos por conseqüência da doença.

BRASIL SORRIDENTE – O Brasil Sorridente, criado em 2003, funciona de maneira integrada à Estratégia Saúde da Família, levando atendimento odontológico às residências e escolas. As 20,3 mil equipes de Saúde Bucal – compostas por cirurgião-dentista, auxiliar e técnico em saúde bucal – já atendem em 85% dos municípios do país. Elas são as responsáveis pelo atendimento primário (educação e prevenção, distribuição de kits de higiene, tratamento de cáries, aplicação de flúor, extração e restaurações).

“Essa é uma das áreas em que podemos perceber a dinâmica diferenciada da saúde pública, o fato da saúde ser, ao mesmo tempo, política social, fundamental para a melhoria das condições de vida, mas também uma área dinâmica do ponto de vista da criação de emprego, desenvolvimento, inovação e riqueza. Com uma política criamos mais de 20 mil empregos diretos”, afirmou o ministro.

São as equipes de Saúde Bucal que encaminham os pacientes que necessitam de procedimentos de média e alta complexidade para os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Nesses locais, as pessoas contam com tratamentos de canal, gengiva, cirurgias orais menores, exames para detectar câncer bucal e intervenções estéticas. O país tem 853 centros, sendo que mais de 60% deles estão nas cidades com até 100 mil habitantes. O procedimento especializado cresceu mais de 300% desde 2002, chegando a 25 milhões no ano passado.

As medidas de reabilitação são feitas através dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), que fornecem os produtos para os CEO’s. Atualmente, 664 laboratórios recebem até R$ 12 mil por mês para a produção de próteses dentárias totais e parciais removíveis, com estrutura metálica.

Fonte: Ministério da Saúde