ÁGORA - ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Faculdade de Medicina da UFMG

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005067

Referência:
CALDEIRA, Dênio Carvalho. Relação entre Líquen plano oral e hepatite C. Teófilo Otoni, 34f., 2012.
   
   
(Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família).

Outro(s) Autor(es):
SILVA, Luciana Diniz

Colaborador(es):
--- não informado ---

Descritor(es):
Líquen plano; Hepatite C

Termo(s) livre(s):
Resposta imunológica; Manifestação extra-hepática

Resumo:
O líquen plano é uma doença mucocutânea de etiologia desconhecida e caracterizada por resposta imunológica do tipo celular contra antígenos presentes no epitélio da pele e/ou mucosas. Várias evidências apontam para a etiologia viral, especialmente pelo achado de corpos de inclusão na microscopia eletrônica. Na última década, a associação entre líquen oral e infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) tem sido amplamente estudada. Sabe-se que a infecção pelo vírus da hepatite C predispõe o paciente ao desenvolvimento de manifestações extra-hepáticas, incluindo condições imunologicamente mediadas. A prevalência da infecção pelo HCV nos pacientes com líquen plano oral varia de 4,0% a 65,0%. Entretanto, os dados não são uniformes e vários estudos não identificaram correlação entre o líquen plano bucal e a infecção pelo HCV. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma revisão da literatura sobre as evidências que corroboram na participação do vírus da hepatite C na etiologia do líquen plano oral. Assim, a identificação do líquen plano oral durante uma consulta odontológica pode indicar a necessidade de investigação da hepatite C. Vale ressaltar que a hepatite C é uma doença silenciosa e aproximadamente 80,0% dos indivíduos que adquirem a infecção aguda tornam-se portadores crônicos e cerca de 20,0% evoluem, em aproximadamente 10 a 20 anos após a infecção, para a cirrose e respectivas complicações. Dessa maneira, o odontologista ao identificar lesões sugestivas do líquen plano oral pode encaminhar esse paciente para investigação da causa potencial da lesão oral e, possibilitar em alguns casos, o diagnóstico da infecção pelo HCV em estágios menos avançados da hepatopatia. Assim, o cirurgião dentista é um componente essencial no cuidado ao paciente na atenção primária. No caso específico do líquen oral plano, esse profissional pode interagir com outros componentes da equipe de saúde de família e proporcionar o atendimento necessário a esse paciente. Por outro lado, o cirurgião dentista deve estar ciente das normas de biossegurança para a proteção individual e estender esse conhecimento para promoção de saúde e prevenção de agravos à população assistida.

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