“Formar um grupo de elite capaz de estabelecer medidas de controle, métodos para coleta sistematizada de informações e principalmente para consolidar uma rede de profissionais de investigação de serviços que se comunica e que troca informações”, de acordo com o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Cláudio Maierovitch P. Henriques, essa é a principal expectativa da Agência ao oferecer, em parceria com o Centro Colaborador em Vigilância Sanitária do Nescon, o Curso de Especialização em Epidemiolgia e Investigação de Surtos nos Serviços de Saúde.
Maierovitch participou hoje da aula inaugural do curso, ao lado do diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Francisco Penna, do vice-coordenador do Nescon, prof. Edison Corrêa, dos coordenadores do curso, Fernando Proietti e Waleska Caiaffa, além dos alunos de Belo Horizonte e da equipe de professores da especialização. O evento aconteceu no Nescon e foi transmitido via webconferência para os 33 alunos aprovados, nos 14 estados das cinco regiões do Brasil.
O diretor da Anvisa destacou a importância de se construir uma organização de profissionais que sejam multiplicadores agindo de maneira colaborativa e tenham competências para perceber e enfrentar as situações de crise nos serviços de saúde.
Na ocasião, os alunos puderam interagir fazendo perguntas via web. Para a fiscal sanitária da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Daniele Pacheco, a principal expectativa é aliar aprendizado e prática. “Acredito que esse curso me possibilitará adquirir conhecimentos específicos em vigilância sanitária e vigilância epidemiológica e consequentemente o melhor entendimento dos problemas, isso certamente vai impactar direto na aplicação dos serviços”, opinou.
Para Maierovitch se a prevenção ainda não é totalmente possível, com a correta investigação de surtos, pode-se interromper um problema. “Quando os profissionais organizam os serviços com estruturação do controle de produtos, adotando regras para anotações de ocorrências e sistemas para a construção de indicadores e de comunicação, é possível causar uma transformação que permita mais segurança para quem entra e para quem trabalha nos serviços de saúde”, destacou.
Na aula inaugural os coordenadores do curso detalharam o cronograma para os alunos e as próximas atividades, todas presenciais, que começam em maio e acontecerão na Faculdade de Medicina da UFMG. A webconferência foi uma parceria entre o Nescon e o Cetes (Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG) coordenado pelo prof. Cláudio de Souza e Alaneir Fátima dos Santos.
Surtos
Segundo preconiza a Anvisa, surto é o aumento na ocorrência de um agravo à saúde acima dos níveis esperados. Em geral, nos serviços de saúde, os surtos estão relacionados a quebras nas rotinas técnicas, utilização de insumos industrializados com desvio de qualidade e introdução de novas tecnologias. Essas situações aumentam a morbidade e a mortalidade entre os pacientes envolvidos e elevam os custos assistenciais, com grande impacto no sistema de saúde.
Os surtos podem ocorrer simultaneamente em vários serviços de saúde, em mais de um município e mesmo em diferentes regiões do país. É estimada a ocorrência de, pelo menos, um surto por ano em hospitais de 100 a 150 leitos.
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