Sediado em Calcutá, evento foi realizado sob tema “Ambiente saudável, pessoas saudáveis”
O diagnóstico foi dado há várias décadas: poluído, desmatado e marcado por profundas desigualdades sociais, o planeta está doente e o quadro só se agrava, com o passar dos anos. Tratá-lo é medida fundamental para melhorar a saúde das populações, uma vez que ambientes adoecidos produzem pessoas também doentes.
Este foi o alerta que levou o diretor do Nescon Francisco Campos à cidade de Calcutá, na Índia, para o 14º Congresso Mundial de Saúde Pública. Realizado entre os dias 11 e 15 de fevereiro, o evento reuniu autoridades do campo da saúde coletiva de todo o mundo para discutir saúde ambiental e suas interrelações com as demais políticas em saúde.
O encontro pretendia ainda influenciar as decisões das Nações Unidas, que atualmente discutem a adoção das novas metas do milênio. Entre os 17 novos objetivos previstos está “assegurar uma vida saudável e promover bem-estar para todos”. A ideia é pressionar a ONU para conectar esta meta a outras consideradas cruciais por especialistas, como acabar com a pobreza; garantir acesso à água, ao saneamento e à energia elétrica; além de cuidar do meio ambiente.
“Políticas de saúde não se restringem à assistência médica. A escassez de água, a poluição atmosférica, tudo isso tem impacto na saúde das comunidades”, destacou Francisco Campos, que representou a Fiocruz no Congresso. “Garantir uma vida saudável implica também em tomar medidas na área social, como as que garantem acesso a uma casa adequada, seguridade social, ou seja: instituir a saúde como direito humano e dever do Estado”, completou, ressaltando ainda que o Brasil é o único país com mais de 200 milhões de habitantes com um sistema de saúde universal e gratuito.
O Congresso Mundial de Saúde Pública é promovido pelo Congresso da Federação Mundial de Associações em Saúde Pública (WFPHA) a cada três anos, sempre em um país associado. Saiba mais sobre ele AQUI.