Cecovisa divulga resultados preliminares do Histórias da Visa Real

Publicado em Notícias - 13 de novembro de 2009

O Cecovisa/Nescon e a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG) se reuniram no Nescon hoje de manhã para apresentar os resultados preliminares do projeto Histórias da Visa Real, fruto de parceria. Participaram  pesquisadores do Nescon e técnicos da ESP/MG.A equipe responsável por catalogar os resultados revelou-se surpresa com o que foi alcançado. “Achamos que não haveria receptividade, mas quando finalizamos a primeira etapa do projeto ficamos surpresos!”, afirmou Daniella Guimarães, membro da equipe. O objetivo do Histórias da Visa Real foi coletar histórias vivenciadas pelos trabalhadores da vigilância sanitária, dando-lhes visibilidade e voz. Durante 70 dias o projeto recebeu os “causos” desses colaboradores, que totalizaram 189 histórias de 113 autores diferentes. “Alguns mandaram apenas uma, mas teve gente que mandou quatro, cinco e até mais de nove histórias. O limite dos textos era de até duas páginas, mas recebemos alguns que variavam de quatro linhas a 12 folhas!”, relatou Marilene Barros,  da equipe responsável pela iniciativa. Ela e Guimarães leram cada história, e fizeram um levantamento dos resultados.

Apesar da abrangência nacional, seis estados não participaram do projeto: Amapá, Roraima, Alagoas, Ceará, Maranhão e Piauí. O sudeste, região com o maior número de colaboradores da Visa, foi o que mais contribuiu seguido do sul do país. Em contrapartida, o nordeste e o centro-oeste brasileiros foram as regiões que menos contribuíram. Minas Gerais foi o estado que mais enviou histórias, seguido por Rio de Janeiro e São Paulo. As cidades campeãs no número de causos enviados foram as de médio a grande porte, com população estimada entre 200 e 500 mil habitantes. Quanto aos autores, a participação feminina foi destaque (66%) em relação à masculina (34%). Dentre os que declararam o grau de escolaridade, prevaleceu a colaboração de trabalhadores com nível superior completo.Todas as histórias recebidas foram agrupadas em categorias de acordo com o tema principal. A maioria abordava questões relacionadas ao processo de trabalho (38,6%) e a minoria falava de situações inusitadas (5,8%). “Teve caso de uma moça que recebeu um relatório inusitado de fiscalização de um local. No documento o agente escreveu: ‘Fui, vi e não gostei. Fechei.’ ”, contou Daniella Guimarães. Os textos também foram divididos por áreas da vigilância sanitária. A mais comentada foi “alimentos” (36,5%) e as menos comentadas foram “saúde do trabalhador” e “portos, aeroportos e fronteiras” (0,52% cada).Além da publicação das melhores histórias, possivelmente financiada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, há planos para a realização de uma rede virtual de troca de experiências e de um novo estudo que traga o olhar da população sobre os objetos da vigilância sanitária. “Acho importante dar esse retorno para quem escreveu. Dessa forma acredito que as pessoas se sentirão realmente valorizadas”, comentou Daisy Maria de Abreu, pesquisadora do Nescon.

Comunicação Nescon
Foto: Áurea Maíra Costa
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