Educadores Físicos iniciam o Curso de Especialização em Estratégia da Saúde da Família

Publicado em Notícias - 25 de agosto de 2014

O que é promoção da saúde, atenção primária, por que são importantes e onde a educação física se encaixa? Essas foram algumas das reflexões marcantes do primeiro encontro presencial com os educadores físicos do Curso de Especialização em Estratégia da Saúde da Família (CEESF). O evento ocorreu neste último sábado, 23 de agosto, na Faculdade de Medicina da UFMG.

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Professor Raphael debate sobre a promoção de saúde

Antes de responder as questões, o professor Raphael Aguiar, membro da coordenação do Programa Ágora, citou o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como saúde: a definição de 1948 diz que ela é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. “A grande vantagem desse conceito é que abre muito o escopo dos determinantes de saúde, e para de pensar que pessoas são ‘carros que chegam estragados na oficina’. Não precisamos de um sistema de saúde que só trata a pessoa quando doente”, afirmou Raphael. “A grande desvantagem é também abrir o escopo, porque isso significa que ter saúde não é algo fácil”, continua.

Nessa ideia, o professor mostrou como a educação, renda, segurança, transporte, entre outras questões, precisam ser trabalhadas em conjunto para promover a saúde. “Promoção de saúde é o processo de capacitação das pessoas para aumentar seu controle sobre a saúde e melhorá-la. São medidas não farmacológicas. Ou seja, tudo aquilo que a gente prescreve para o indivíduo que não tem a ver com tomar remédio, como dormir bem e comer bem”, explicou. Segundo ele, a Atenção Básica, por sua vez, abrange iniciativas que incentivam esta promoção. “Onde entra a educação física então? Tanto na atenção básica quanto na promoção. O educador tem que trabalhar articularmente com outras equipes de profissionais. É assim que a saúde deve funcionar”, relatou Raphael.

Educador Físico na Saúde
Raphael Aguiar ainda citou pesquisas que mostram a importância das relações sociais para o bem estar. De acordo com os resultados fazer amigos é tão benéfico quanto parar de fumar, e ser solitário é tão danoso quanto ser alcoólatra. Assim, ele levou os alunos a pensarem a questão na prática deles. “A atividade física é um momento muito bom para socializar. Mas é melhor convencer uma pessoa para que ela convença um amigo a fazer atividade física ou é melhor convencer um grupo?”.

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Gisele Saporetti apresenta a plataforma Ágora aos alunos

Em resposta, os educadores físicos compartilharam as diferentes experiências que encontram no dia a dia. Também aproveitaram as discussões para apontar os desafios enfrentados como o ócio característico das cidades do interior e a dificuldade de aumentar a adesão e a continuidade dos exercícios físicos. “Esse encontro serviu como abertura para os profissionais se conhecerem, trocarem experiências e se familiarizarem mais com o assunto”, conta Gisele Saporetti, coordenadora do curso.

A troca marcou o primeiro encontro presencial da educadora física Jheniffer Moraes, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Conselheiro Lafaiete. “Espero que o curso me ajude a aprimorar minha prática profissional e ampliar a minha visão do profissional de educação física na saúde. Isso já foi possível hoje mesmo ao ouvir o Raphael e conversar com um colega”, afirmou. “Essa troca de experiências é muito boa para aprimorarmos cada vez mais e dar um norte maior para o nosso trabalho”, completa Rodrigo Souza, do NASF de Congonhas.

Na oportunidade, os alunos também foram apresentados ao ambiente Ágora e Moodle,  aprendendo sobre o funcionamento das ferramentas dessas plataformas. Além disso, mostrou-se o cronograma do curso, as datas dos próximos encontros e foram introduzidos aos conteúdos das disciplinas.