Médicos de diferentes especialidades falam sobre problemas que agravam a saúde da população no período de maio a julho
Desde a década de 80, observa-se o crescimento significativo na frequência das doenças alérgicas respiratórias. Os problemas, segundo especialistas, são agravados principalmente no inverno, entre maio a julho. O tema será discutido no dia nove de maio, sábado, a partir das 8h30, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).
O encontro é coordenado pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional Minas Gerais (Asbai-MG) e conta com a participação da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais, (SBD-MG), Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade (AMMFC), Sociedade Mineira de Otorrinolaringologia (SMO), Sociedade Mineira de Pediatria (SMP) e Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SMPCT).
Dentre os temas a serem abordados estão o ‘Suporte básico e avançado no tratamento da crise de asma’, ‘Como avaliar e tratar as exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)’, ‘Como evitar as crises de rinite durante o inverno’, ‘Vacinas de gripe e pneumonia são eficazes?’, ‘Abordagem da medicina de saúde familiar nas doenças de inverno’, ‘Controle ambiental e imunoterapia específica são eficazes na asma e rinite alérgica?’, ‘Sinusites bacterianas recidivantes’, ‘Como eu trato laringites estridulosas’, ‘Drenagens respiratórias são eficazes na asma, DPOC e sinusites?’, ‘Pele seca da criança, adulto e idoso: como eu trato’ e ‘Tosse crônica’. As palestras são abertas a médicos, estudantes de medicina e demais profissionais da área de saúde e apresentará novidades no tratamento das enfermidades.
De acordo com o presidente da Asbai-MG, Roberto Magalhães Souza Lima, além do custo econômico, impactando fortemente no sistema financiador da assistência à saúde e nos gastos das famílias, as doenças mais comuns no inverno causam reflexos indiretos, como, por exemplo, o absenteísmo. “Estudos apontam altos custos associados à asma. Nos Estados Unidos, em 2005, o custo médico alcançou US$ 18 bilhões. Na Europa, ultrapassou os 20 bilhões de Euros. A perspectiva da WAO (World Allergy Organization) para o custo mundial da rinite alérgica é de 20 bilhões de dólares/ano”, explica o médico.
Em 2007, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações por asma foram de R$ 96 milhões, representando 1,4% do total/ano com todas as doenças. Um estudo com asmáticos em tratamento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro aferiu um custo médio (direto e indireto) da asma de quase R$ 2 mil/paciente-ano, com um incremento de 12% para os asmáticos com rinite alérgica associada. O trabalho ainda revela que o custo da asma foi maior em pacientes que apresentaram sobrepeso/obesidade, nos casos mais graves e com pior controle da doença.
Lima revela que os medicamentos para asma consumiram mais da metade dos recursos de famílias com asmáticos e o custo da doença teve impacto importante na renda familiar, cerca de 10%. “Se todos os asmáticos brasileiros recebessem o mesmo tipo de tratamento, o custo total estimado da asma estaria entre R$ 13 e 18 bilhões/ano, correspondendo a 0,5% do PIB, ou a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) da Saúde”, revela o médico.
Ainda segundo o alergista, vale enfatizar o grande arsenal terapêutico disponível nos últimos cinco anos. “Os medicamentos auxiliam tanto crianças quanto adultos e idosos a evitarem quadros de pneumonias, sinusites, asma e rinite. Consiste em medidas de controle ambiental, uso de prebióticos e probióticos, vacinas contra a gripe, além de remédios preventivos para asma e rinite. Com estas medidas, observou-se uma considerável redução de internações hospitalares e visitas aos pronto atendimentos médicos”, diz. Mesmo assim, Lima aponta um número alto de mortes devido as doenças alérgicas respiratórias. Em torno de 255 mil pessoas morrem, anualmente, em todo o mundo decorrente desses problemas. Para cada 250 óbitos, um é devido à asma.
Para Lima, cabe ao médico, tanto o generalista, pediatra ou clínico quanto ao alergista, abordarem com os pacientes e seus familiares, formas de prevenção das doenças alérgicas respiratórias no inverno. Esta explanação deve conter medidas de controle ambiental, orientações de como evitar contato com pessoas gripadas, de como evitar exposição ao ar frio noturno, recomendar a aplicação anual da vacina de gripe e a cada dez anos da vacina de pneumonia, além de reforçar a necessidade de tratar da doença alérgica como asma e rinite.
A ‘Reunião Multidisciplinar’ é uma iniciativa da diretoria científica da AMMG.
Reunião Multidisciplinar – Doenças de Inverno
Data: 9 de maio, sábado. Horário: a partir das 8h30.
Local: Teatro Oromar Moreira, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (Avenida João Pinheiro, 161, Centro).
Aberto a médicos, estudantes de medicina e demais profissionais da área de saúde.
Necessária inscrição prévia.
Informações: seaci@ammgmail.org.br e (31) 3247 1619.
Redação: Assessoria de Imprensa da AMMG