A cobertura das Equipes de Saúde da Família cresce a cada ano no Brasil. Em 2003, eram 19 mil equipes existentes, número que saltou para 32 mil em 2012. Entretanto, o grande desafio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) é conseguir expandir com qualidade.
Para verificar a adequação do planejamento realizado pelos gestores e equipes à proposta da ESF – integralidade da atenção, promoção da saúde, vigilância em saúde, entre outros – pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizaram o estudo Avaliação das ações de planejamento em saúde empreendidas por equipes de saúde da família.
Os estudiosos usaram dados de pesquisas da Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família (AMQ-ESF) de 241 equipes de saúde de 46 cidades do Espírito Santo, estado com maior grau de aderência ao projeto.
O estudo concluiu que pouco mais da metade das equipes analisadas (55%) trabalham com mapa da sua área de atuação e somente 28,5% diagnosticam os problemas, planejam as intervenções e realizam as ações de maneira integrada.
Além disso, apenas 7% das equipes analisadas afirmaram reunir-se periodicamente com a comunidade para debater os problemas locais de saúde, a assistência prestada e os resultados alcançados, demonstrando baixo nível de interação com a população e centralização da tomada de decisões.
Os pesquisadores afirmam que os problemas são causados em boa parte pela formação acadêmica inadequada dos profissionais de Saúde da Família, persistindo uma mentalidade centrada em procedimentos e atenção individual curativa.
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