Um estudo publicado recentemente pela Revista Pan-Americana de Saúde Pública analisa a ocorrência de doenças crônicas e experiências auto percebidas pelos usuários dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) em seis países da América Latina e Caribe (ALC): Brasil, Colômbia, El Salvador, Jamaica, México e Panamá. Para a pesquisa, também foi levada em conta a presença de multimorbidade, isto é, a presença de duas ou mais condições crônicas num indivíduo. A pesquisa partiu de um inquérito realizado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
O estudo abordou as condições crônicas mais comuns na ALC, como as artrites, asma, cancro, colesterol alto, depressão, diabetes, doenças cardíacas e hipertensão. Em cada país, foram selecionadas amostras de aproximadamente 1.500 adultos não-institucionalizados de áreas urbanas e rurais, que foram entrevistados via telefonema.
Os participantes também classificaram experiências prévias com a Atenção Primária à Saúde segundo os critérios de acessibilidade, cuidado longitudinal, coordenação de cuidado, comunicação com provedores de APS, relações interpessoais e competência cultural.
Resultados
Os resultados do estudo incluem a associação entre maiores números de comorbidades e dificuldades no acesso à APS e na capacidade de cobrir gastos em saúde, mesmo nos países que apresentam provisão gratuita de serviços. Por outro lado, a pesquisa também aponta que pessoas com mais condições crônicas tinham maior probabilidade de terem recebido aconselhamento sobre estilos de vida saudáveis e de realizarem exames preventivos com maior frequência.
Segundo os autores, uma das queixas dos indivíduos com multimorbidade foi a respeito da fragmentação do serviço de saúde. Eles apontaram que a maior parte dos sistemas estão primariamente organizados ao redor do tratamento de doenças ou fatores de risco individuais. Os pesquisadores relatam ainda que os resultados não foram uniformes entre os seis países, além de não serem generalizáveis para outros países da ALC.
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