Faculdade de Medicina terá participação de destaque no 2º Fórum Global sobre Recursos Humanos em Saúde

Publicado em Diversos - 19 de Janeiro de 2011

Duas iniciativas desenvolvidas no Nescon terão participação de destaque  no 2º Fórum Global sobre Recursos Humanos em Saúde  que acontece de 25 a 29 de janeiro em Bangkok, na Tailândia.   Na ocasião o professor  Francisco Eduardo de Campos,  coordenador do Nescon e titular do Departamento de Medicina Preventiva e Social (DMPS),  vai coordenar discussões sobre a educação permanente em saúde ao apresentar  o Programa Ágora, responsável pelo Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família,  como experiência inovadora para  educação e formação de recursos humanos em saúde e  a Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado em Saúde (EPSM), responsável  pelo monitoramento dos sinais de mercado de trabalho em saúde, além de desenvolver metodologias de pesquisa e avaliação na área de recursos humanos para o Ministério da Saúde. A EPSM é responsável entre outras,  pela pesquisa  sobre a escassez de profissionais médicos nos municípios brasileiros. 

Segundo Francisco Campos (foto), que desde 2008  também  é membro do Conselho Executivo da Organização Mundial de  Saúde (OMS),  o encontro pretende aproveitar o impulso gerado pelas discussões do primeiro fórum mundial, realizado em Kampala (Uganda) em 2008,  onde foram elaboradas  a Declaração de Kampala e a Agenda para a Ação Global. “Há 3 anos se criou uma agenda para o enfrentamento dos problemas de saúde no mundo, fortemente dependentes da quantidade e qualidade do pessoal sanitário formado. Faltam mais de 4 milhões de trabalhadores de saúde  e esta falta tenderá a se agravar caso medidas adequadas não sejam tomadas”, alerta.

Outro objetivo do fórum é estimular e acelerar as iniciativas do movimento global sobre os recursos humanos em saúde para alcançar as Metas do Milênio, principalmente na cobertura universal em saúde. Os resultados esperados incluem: a sustentação do movimento global em recursos humanos em saúde, o compartilhamento de experiências e conhecimentos; estabelecimento de acordos de cooperação dos progressos realizados desde Kampala, por meio de exemplos concretos de ações mundiais e nacionais e ainda os desafios de lidar  com questões novas e emergentes que exigem ação e resposta imediatas.

Sob o slogan: Capacitar os profissionais de saúde para a saúde, será discutido o tema Revisão do progresso, renovando compromissos com os trabalhadores de saúde para os Objetivos do Milênio (ODM) e para além dele.  A  programação do 2º  Fórum Global sobre Recursos Humanos em Saúde inclui plenárias, visitas de campo e várias mesas-redondas.

 O evento é promovido pela  Global Health Workforce Alliance, a Conferência do Prêmio Príncipe Mahidol, a Organização Mundial da Saúde e a Japan International Cooperation Agency (JICA), é apoiado pela Fundação Rockefeller, o Conselho Médico da China e o Banco Mundial, além de  por outras agências e organismos internacionais.  Mais informações e programação AQUI

Recursos Humanos em Saúde no mundo
Na América Latina, grande parte dos países vem passando por processos de mudança, caracterizadas pelo fortalecimento da democracia. Uma das lições já aprendidas foi a de que não há transformação de sistema de saúde onde não tenha tido lugar uma profunda mudança do contrato social e econômico, e são exemplos disso o Chile, Cuba, Costa Rica e o Brasil, que  é  exemplo para os demais países da América Latina no âmbito da política de recursos humanos em saúde. 

Aliança Global
A Aliança Global da Força de Trabalho em Saúde (GHWA) foi criada em 2006, por ocasião do Informe Mundial da Saúde “Trabalhando Juntos para a Saúde”, com o objetivo de enfrentar a crise de recursos humanos em saúde (RHUS), especialmente em 75 países identificados pela OMS por encontrar-se em estado crítico de déficit de RHUS. O primeiro Fórum Global da GHWA realizado em  Kampala,  deu origem à Declaração de Kampala e seu Programa de Ação Global. Este Programa envolve a cooperação e facilitação entre países, a promoção de boas práticas a serem adotadas pelos países na formulação e implementação de políticas de recursos humanos em saúde. Depois de Kampala já foram realizado três encontros, sendo um na África com a participação dos países africanos anglofones, outro com os países africanos francofones e o Haiti e outro com os países asiáticos em Hanoi. 

 Em 2006, a OMS estimou haver um déficit de 4,3 milhões de trabalhadores de saúde capacitados em todo o mundo, e concluiu que os países são afetados de forma muito diferente. Dos 75 países em estado mais grave, 36 estão na África subsahariana, seis na Ásia e cinco na América Latina e no Caribe. 

Na América Latina, os cinco países em crise com relação ao déficit de recursos humanos em saúde são: El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua e Peru. A África concentra 10% da população mundial, 24% da carga de doenças e conta com apenas 3% dos trabalhadores de saúde e menos de 1% dos recursos econômicos destinados à saúde. Enquanto a Etiópia forma aproximadamente 200 médicos por ano para uma população de 75 milhões de habitantes, a Inglaterra forma mais de 6.000 médicos para uma população de 60 milhões de habitantes.

Há um consenso já estabelecido mundialmente sobre o papel decisivo dos Recursos Humanos para reduzir a exclusão e ampliar o acesso aos serviços de saúde e transformar o modelo de atenção nos sistemas de saúde.

Comunicação Nescon com Comunicação Ministério da Saúde
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