Memórias de um agente invisível

Publicado em Notícias - 7 de agosto de 2009

Uma refeição servida em um restaurante e o plasma sanguíneo recebido numa transfusão tem algo comum – embora não pareça. Ambos passam pelo crivo de profissionais da Vigilância Sanitária (Visa), e, assim, tem eliminação de riscos à saúde garantida. Responsáveis por essas e outras funções que os tornam peças-chave da saúde pública, essas pessoas tem pouca visibilidade.  Mas um projeto do Centro Colaborador em Vigilância Sanitária/Nescon (Cecovisa) em parceria com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG) pretende mudar essa realidade. Chamada de Histórias da Visa Real, a iniciativa vai coletar relatos e depoimentos de trabalhadores em Visa de todo o Brasil para elaborar uma publicação. A idéia é tornar públicas as diversas situações de trabalho dos profissionais em seu contexto político, técnico e cultural.

Como funciona

Não se trata de concurso ou premiação. Os participantes, que podem ser funcionários ligados à Vigilância Sanitária nas três esferas de governo, terão seus textos selecionados por uma comissão avaliadora. Os melhores vão compor uma publicação e podem ser divulgados em outros veículos (jornais, revistas, entre outros).

Os interessados podem enviar quantos textos quiserem, por meio do site da ESP/MG ou pelos correios (Avenida Alfredo Balena 190 / sala 725, Bairro Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG). É necessário, todavia, fazer inscrição prévia, disponível no mesmo site. O prazo para envio das histórias vai até 30 de setembro. Veja o edital.

Voz, reflexão e ação

Segundo a coordenadora do projeto, Daniella Araújo, além de dar voz àqueles que atuam na Vigilância Sanitária, a intenção é possibilitar a reflexão dos funcionários sobre suas técnicas, práticas e relações com as comunidades em que estão presentes. “O ato de escrever uma história real leva a um processo de reflexão e de reconstrução, pensar o que o acontecimento que está sendo narrado pode significar no processo de trabalho.”, destaca. Para o coordenador Cecovisa/Nescon, Gustavo Werneck, a iniciativa também dá aos servidores em Visa a possibilidade de intercambiar experiências, o que contribui para a aprendizagem mútua.  “Esse trabalhador, a história que ele conta, suas dificuldades, podem ajudar numa situação semelhante que outro trabalhador da Visa vivencia em outra região”, explicou, ressaltando ainda a importância de reunir esses relatos como forma de construir a memória da Visa no Brasil.

A data de lançamento da publicação ou o meio pelo qual será divulgada (impresso ou eletrônico) ainda não estão definidos. É provável, no entanto, que ela seja utilizada em capacitações promovidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e instituições afins, como auxílio no processo de educação permanente dos profissionais.

Comunicação Nescon (31) 3409-9790  comunicacao@nescon.medicina.ufmg.br