Encerrada ontem, 28 de julho, a IV Semana da Saúde foi uma das mais bem sucedidas formas de interação entre a UFMG e a comunidade local durante o Festival de Inverno, em Diamantina. Modificada em relação às edições anteriores, grande parte das atividades deixaram o centro histórico e se dirigiram aos bairros mais populosos. No dia 26, as atividades aconteceram no Sesi, localizado no bairro Rio Grande. No dia 27, o local de realização foi a Escola Gabriela Neves do Bairro Palha e, ontem, na Escola Izabel Mota, no bairro Bom Jesus.
A mudança não foi apenas de localização, mas também de concepção: a programação se tornou menos assistencialista e mais conscientizadora. A descentralização agradou Roseana da Matta, nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde, que integrou a equipe que realizou a oficina Vida saudável do adulto. “A mudança possibilitou o acesso de pessoas que antes não tomavam conhecimento do Festival de Inverno. Estimulou um público mais carente a participar e mudou o perfil dos presentes nas atividades”, diz ela.
A oficina Vida saudável do adulto, realizada nas manhãs, foi ministrada por enfermeiros e nutricionistas, além de acadêmicos da UFVJM. Eles propuseram um bate-papo sobre postura, exercícios físicos, saúde do idoso, entre outros temas. Ao final, os participantes passaram por rápido atendimento que avaliou questões como pressão, glicemia, peso, etc. Alguns indivíduos foram orientados a procurar uma unidade básica de saúde. “O retorno foi muito positivo. A adesão é comprovada pelo fato de que quase todos os que vieram estarem em jejum para fazer a avaliação”, completa Roseana.
Também na parte da manhã, a oficina Sorriso mirou outro público: crianças de 5 a 10 anos. Uma média de 20 meninos e meninas por dia assistiram um vídeo educativo e um teatro de fantoches. “Aprendi que temos que escovar os dentes e passar o fio dental todos os dias para não ter cárie”, conta Ana Clara, de 5 anos. A oficina foi ministrada por Gilsimary Santos, dentista da Secretaria Municipal de Saúde, e por Maria Raniela Amaral, Rafaele Fichery e Alene das Graças, estudantes da Unimontes.
Ana Paula acrescenta que o objetivo era romper uma lógica de causa e efeito quando se pensa em saúde. “Tratar o ambiente é o primeiro passo, pois assim se garante o bem estar e evita a disseminação de doenças”, diz ela. Carliana Borges, estudante de enfermagem da UFVJM, acredita que a meta foi cumprida. “As pessoas estão vendo formas de ajudar Diamantina. Mostramos a elas que o aterro sanitário que temos na cidade é diferente de um lixão e, se separarmos material para reciclagem, podemos contribuir com o meio ambiente. Muitos se surpreenderam, por exemplo, com a informação de que os correios recebem pilhas usadas para dar o descarte correto”, conta.
A programação contou ainda com a oficina Crenças e culturas populares relacionadas à Hanseníase, que visava combater o estigma social relacionado a esta doença; e a oficina Saúde a um clique, que demonstrou formas de utilizar a internet na busca de informações sobre saúde. “Explicamos maneiras de identificar a confiabilidade de sites, filtrar dados de ferramentas como o youtube e o Google, entre outras coisas”, detalha Karina Prado, estudante de medicina e integrante da Liga de Telessaúde da UFMG (Litel), que organizou a atividade.
A Semana é organizada pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da UFMG, pela Pró-Reitoria de Extensão da UFMG, pela Secretaria Municipal de Saúde e pela UFVJM.
Comunicação Nescon
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