O vírus H1N1 já matou 764 pessoas desde o início de 2016 e é responsável por mais de 3000 casos notificados de síndrome respiratória aguda grave, segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, apesar dos números, é preciso lembrar que as mortes por gripe não são uma novidade.
“Sempre ocorreram mortes por Influenza. A partir da chegada da vacina contra a gripe, essa mortalidade diminuiu”, explica Tupinambás. “O que pode ter acontecido é que a gripe veio mais cedo esse ano, aumentando os casos no período pré-epidêmico, antes da vacinação. Porém, ainda não temos certeza sobre a causa desse aumento”, continua.
O especialista explica que a Influenza é uma síndrome gripal divida em três grupos: A, B e C. “São vários vírus diferentes que podem causar a Influenza e é dentro do grupo A que se encontra o H1N1”, acrescenta. Dentre os sintomas mais comuns são febre, dor de garganta, coriza, mal-estar, tosse, dificuldade respiratória e dor de cabeça.
Mas, não é possível identificar se o paciente está com H1N1 só a partir dos sintomas. “Não temos como diferenciar o H1N1 dos outros tipos de vírus sem um exame de biologia molecular. Os sintomas são os mesmo e as chances de evolução para um caso grave são mais ou menos parecidas”, afirma.
Para prevenir a doença, a vacinação é a melhor forma. “Depois da vacinação, o mais importante são os hábitos de vida saudável e de higiene, praticar exercícios físicos e evitar aglomerados na medida do possível”, destaca o professor. Já quem está gripado, o ideal é ficar em casa de repouso.
Com o número de casos aumentando, é normal surgirem dúvidas e especulações sobre o assunto, por isso o professor esclarece alguns mitos e verdades:
Vitamina C ajuda a evitar gripes e resfriados – MITO
Não temos nenhum dado que comprove isso. São os hábitos de vida saudável que podem prevenir ou reduzir os efeitos da infecção viral. Quanto mais frutas e fibras a pessoa ingere e mais atividades ao ar livre ela faz, acaba ajudando a prevenir ou amenizar os sintomas de uma doença.
A vacina contra o vírus Influenza provoca a gripe – MITO
A vacina não causa a gripe, pois ela não tem o vírus vivo. Quando a pessoa toma a vacina, ela tem dez dias para produzir a defesa contra o vírus, às vezes, ela pode ter entrado em contato com ele antes de produzir os anticorpos. Em outros casos, ela pode ter sido infectada por outro vírus que não tem na vacina.
Gripe e resfriado são coisas diferentes – VERDADE
O resfriado comum é quando a pessoa está com o nariz escorrendo, espirrando, geralmente sem febre, não tem mal-estar ou tem de forma muito branda. Já a gripe tem sintomas e uma evolução diferente.
O tratamento contra influenza sempre requer a administração de antibióticos – MITO
Esse é um grande risco que nós corremos. O medico só vai transcrever antibióticos para uma população selecionada. Não se deve fazer o uso de antibiótico sem prescrição médica. A pessoa pode usar antibiótico desnecessariamente e produzir bactérias super resistentes contra eles no futuro.
Em geral as pessoas têm gripe e resfriado mais de três vezes ao ano – MITO
É incomum que surjam várias infecções anuais pelo vírus influenza. Um adulto pode pegar no máximo duas gripes por ano e com a vacina isso tem diminuído bastante.