“Atividade física é o remédio mais barato que existe no mundo” afirmou o
professor William Peres, diretor da Casa da Educação Física, defendendo a
necessidade de integração de profissionais na área da saúde.
O Nescon recebeu no sábado, 25 de novembro, a mostra “Promoção da Saúde na Comunidade”, realizada por estudantes da especialização Aperfeiçoamento em Saúde da Família para Profissionais de Educação Física oferecido pelo Nescon e pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF6/MG).
Além dos formandos do curso, o evento reuniu profissionais de Educação Física formados no Aperfeiçoamento em Saúde da Família, atuantes em escolas e postos de saúde; integrantes do CREF6/MG e estudantes de Educação Física de universidades convidadas.
A professora Matilde Cadete, que participa da coordenação do curso, considera a mostra fundamental para que a comunidade se integre e conheça os trabalhos desenvolvidos. “É importante mostrar os primeiros resultados do aluno depois de dois anos trabalhando, fazendo o curso e propondo intervenções na área onde ele atua como estagiário ou já como profissional. É um crescimento muito grande para os alunos e para nós também”, enfatizou.
Adailton Eustáquio Magalhães, primeiro vice-presidente do CREF6/MG, disse acreditar que a educação física é a área de que faz mais parte da vida dos pacientes, prevenindo e atuando na manutenção da saúde. Para ele, não é possível tratar educação física como uma profissão separada das outras. “Precisa estar junto da medicina, farmácia, de todas as áreas da saúde. O Nescon possibilita isso através de cursos como esse”, destacou.
Os pôsteres com os resumos dos trabalhos foram distribuídos pelo 7º andar da Faculdade de Medicina da UFMG, e onze propostas de intervenção foram apresentadas, para diferentes localidades específicas. Assuntos recorrentes discutidos pelos alunos foram hipertensão e diabetes e baixa adesão a exercícios físicos.
Integração
A principal proposta do curso de Aperfeiçoamento em Saúde da Família é integrar a educação física à vida das pessoas, nas comunidades e em escolas. “Temos muitas doenças crônicas e lidamos com um boom de obesidade e sofrimento mental. O educador físico sabe trabalhar esses aspectos, propondo para a equipe de saúde como um todo atividades benéficas a esses pacientes”. argumentou a professora Matilde.
O professor Wiliam Peres, diretor da Casa da Educação Física, comentou a importância do reconhecimento do Conselho Nacional de Saúde da profissão como integrante da área da saúde. De acordo com ele, está provado que bons resultados são obtidos junto aos pacientes quando um educador físico integra a equipe de saúde da família. “Já temos profissionais de educação física chefiando centros de saúde. Nós (educadores físicos) temos uma coisa muito boa: conseguimos trabalhar com muita gente enquanto a medicina, a psicologia ou fisioterapia trabalham um a um”, destacou.
Colocando em prática
Para os avaliadores Ronaldo e Gustavo, também formados no curso de Aperfeiçoamento em Saúde da Família, os trabalhos apresentam soluções de problemas para a atenção básica. “Essa especialização é interessante porque a maioria dos cursos não tem uma carga horaria suficientemente grande para preparar o aluno para atuar especialmente dentro do SUS”, declarou Ronaldo.
“O fato dos alunos pertencerem a regiões diferentes, trazendo problemas diferentes e uma interpretação desses problemas é muito significativo. As considerações levarão a uma solução daquela região, em particular. Eles tem a oportunidade de colocar em prática, sair do papel”, completou Gustavo.
A estudante Paula Camelo contou que viu no curso de especialização do Nescon uma oportunidade de aprender sobre saúde pública e aprimorar seu trabalho para auxiliar melhor seus pacientes. “Minha intenção é poder conscientizar meus pacientes de que educação física é promoção da saúde acima de qualquer estética”, comentou.