Com 2500 Trabalhos defendidos, Nescon desenvolve projetos de intervenção em áreas de destaque epidemiológico no mundo
Segundo a pesquisa do Banco Mundial, a cada mil meninas entre 15 e 19 anos no Brasil, 70 deram à luz em 2013. Com conseqüências como o abandono escolar e discriminação social, a gravidez na adolescência é considerada um problema da Saúde Pública no país. “Para mudar esta realidade, precisamos trabalhar a sexualidade e prevenção da gravidez nas escolas, local onde os adolescentes passam grande parte do dia”, explica a pesquisadora do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), Diliane Madeira.
Este foi o foco da intervenção proposta por Diliane em seu Trabalho de Conclusão de Curso na Especialização Estratégia Saúde da Família (Ceesf). Partindo da demanda de uma escola da cidade de Coronel Fabriciano – MG, a proposta elaborada prevê conhecer os adolescentes e promover reuniões para abordagem da educação sexual deste público.
A autora explica que o projeto foi desenvolvido pensando no Programa de Saúde nas Escolas (PSE), que visa contribuir para a formação dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde. “Muitas vezes, as ações do PSE são defasadas, mas este laço entre saúde e escola é essencial”, opina Diliane. “Esperamos que esse projeto diminua os grupos de risco da gravidez na adolescência e sirva de inspiração para outros profissionais da saúde”, diz.
2500 projetos para a Saúde Pública
O projeto da Diliane é um dos 2500 trabalhos produzidos no Nescon, marca atingida no dia 19 de setembro. Segundo a pesquisadora e coordenadora do setor de Trabalhos de Conclusão de Cursos, Matilde Miranda, o número é motivo de orgulho para a equipe do Curso de Especialização, para o Nescon e para a Faculdade de Medicina da UFMG. “Isso significa que estamos respondendo de forma eficaz às políticas públicas de formação dos profissionais da área da saúde”, diz.
Iniciado em 2008 como Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família (CEABSF) com foco na pesquisa bibliográfica, o Ceesf passou a propor, desde 2013, que seus alunos elaborem projetos de intervenção baseadas em sua área de atuação. “Dessa forma, damos respostas às demandas do serviço, buscando melhorar o atendimento e qualidade do processo de trabalho dos profissionais no Sistema único de Saúde (SUS)”, destaca.
Entre os temas mais pesquisados no Curso estão questões relativas ao idoso e criança, a Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes Mellitus, assuntos fortemente ligados ao perfil epidemiológico mundial. “A educação dos nossos profissionais é uma ferramenta fundamental em colaborar para o saber e agir humanos. É, a partir dela, que ações de prevenção, promoção e tratamento mudam a saúde da população”, conclui Matilde.