Considerando o aumento do número de casos de dengue notificados no país, assim como o aumento de óbitos decorrente da doença o Nescon e a Cátedra da Unesco de Formação Docente na Modalidade de Educação a Distância, elaborou e produziu um kit com material instrucional sobre dengue. O kit, que está sendo distribuído, é composto pelo cd rom dengue: decifra-me ou devoro-te, mais folder e fascículo explicativo com informações atualizadas com foco na epidemiologia, organização dos serviços, mitos e erros, aspectos clínicos e manejo da doença. Ele é fruto de parceria com o Ministério da Saúde (MS) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
O objetivo dessa mobilização, que começou em outubro de 2007, é sensibilizar 380 mil médicos e evitar ao máximo as mortes relacionadas à dengue, com um manejo adequado.
“Com esse material poderemos ajudar o médico a atualizar seus conhecimentos sobre a doença e melhorar a qualidade da assistência integral prestada aos pacientes, consequentemente reduziremos as taxas de mortalidade”, explicou Edison Corrêa, coordenador do Projeto no Nescon.
“Quando o médico suspeita de dengue e reconhece os sinais de alerta, ele tem como decidir a tempo as condutas terapêuticas mais adequadas”, acrescentou. O material está disponível aqui .
Dengue: Raio X
A luta contra a dengue nunca pareceu tão difícil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o Brasil respondeu por quase dois terços dos casos de dengue nas Américas em 2007, ou seja, do total de 900 mil casos registrados em todo o continente, 560 mil ocorreram no Brasil.
Ainda segundo a OMS, o número de casos em todo o mundo dobrou nas últimas décadas. Enquanto nos anos 60 a doença afetava, em média, cerca de 15 mil pessoas por ano, de 2000 a 2005 esse indicador bateu os 926 mil casos anuais.
Na tentativa de seguir na contramão desses dados que assustam, a Secretaria de Vigilância em Saúde (MS) consolidou os números do acompanhamento da dengue no Brasil. Até a 13ª semana de 2008, foram registrados 120.570 casos notificados. Do total registrado, 647 são confirmados como de febre hemorrágica, que causou 48 óbitos. Para comparação a secretaria utilizou dados até a 9ª semana, considerada consolidada. Em relação ao mesmo período de 2007, houve uma redução de 27% no número de casos (leia nota técnica).
A queda não foi homogênea nos 26 estados e no Distrito Federal. O Centro-Oeste e o Sul puxaram o esforço nacional contra a dengue, apresentando redução de 79,06% e 56,88% respectivamente. Embora com o segundo menor número de casos, o Norte teve o maior aumento da dengue, com um acréscimo de 52,82%.
Em números absolutos, o Rio de Janeiro ficou com 36% do total de casos, somando 32.552 pessoas que tiveram suspeita da doença. A capital fluminense registrou 22.167 desse total.
A incidência de dengue é estratificada em três faixas: 1 – índices até 100/100 mil é considerada uma faixa de incidência baixa, 2 – entre 100 e 300, média e 3 – maior que 300, alta. A capital com menor registro por 100 mil habitantes é a de São Paulo, com índice de 0,43. O índice é cumulativo durante todo o ano, podendo aumentar a incidência em algumas localidades (veja incidência nas capitais).
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