Modelo matemático criado por pesquisadores da UFMG prevê a exaustão tanto dos leitos comuns e de UTI entre abril e maio, e permite a gestores o cálculo de demanda
A maior parte dos estados brasileiros vai vivenciar a ruptura dos seus leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em algum momento entre os meses de abril e maio, caso não sejam construídos novos leitos e intensificado o isolamento social horizontal. É o que indica a sugestão dada pelo estudo realizado por pesquisadores do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da UFMG, em conjunto com o Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia.
O modelo, publicado em 6 de abril, permite aos gestores estaduais e do Distrito Federal a projeção diária atualizada da estimativa de ruptura do SUS ─ em termos de ocupação de leitos ─, bem como a necessidade de construção de novas unidades. O estudo vem sendo aplicado a cenários otimistas, moderados e pessimistas, que variam no percentual da população com casos confirmados de covid-19. Quanto mais pessimista o cenário previsto, mais cedo ocorreria o esgotamento dos leitos do Sistema de Saúde.
O cenário otimista presume um índice de contaminação da população ─ casos testados e confirmados ─ de 0,5%. Nele, à exceção do Distrito Federal, todos os estados teriam seus leitos de UTI esgotados em algum momento de maio. Na simulação moderada, que prevê contaminação de 1% da população, o Distrito Federal também entra para a lista das unidades federativas que experimentarão o esgotamento, que também acontecerá de forma adiantada.
Já o cenário pessimista prevê índice de contaminação de 2%, todos os estados teriam seus leitos de UTI esgotados entre 27 de abril e 11 de maio. Além disso, apenas Acre, Distrito Federal, Rondônia e Roraima chegariam ao final de maio sem exaurir seus leitos comuns.
O estudo, intitulado “Nota Técnica No 4 – Previsão de disponibilidade de leitos nos estados brasileiros e Distrito Federal em função da pandemia de covid-19”, é assinado pelos pesquisadores João Flávio de Freitas Almeida, Samuel Vieira Conceição e Luiz Ricardo Pinto, do Departamento de Engenharia de Produção; e Virgínia Silva Magalhães, Ingrid Jeber do Nascimento, Marcone Pereira Costa, Horácio Pereira de Faria e Francisco Carlos Cardoso de Campos, do Nescon. Para ler a nota na íntegra, clique aqui.