Nescon ministra curso para Formação de Multiplicadores para enfrentamento da Influenza

Publicado em Diversos - 15 de junho de 2010

Uma das ferramentas mais importantes para a qualidade na prestação dos serviços de saúde é a abordagem educativa. Com base nessa premissa, o Nescon realiza em Brasília nos próximos dias 18 e 19 de junho, o Curso de Formação de Multiplicadores para enfrentamento da possível segunda onda da Influenza Pandêmica (H1N1). O curso, de abrangência nacional, é uma preparação de multiplicadores que atuarão em suas equipes locais, como instrutores em capacitações para profissionais de saúde dos serviços de assistência à saúde e vigilâncias. “Foram selecionadas pelo Ministério da Saúde, 400 pessoas, basicamente médicos, enfermeiros e professores de universidades, que exercem função de gestão em hospitais universitários, serviços de saúde, ou secretarias de estado da saúde. Uma parte trabalha com Atenção Básica e outra com média, alta complexidade e urgência (SAMU)”, explicou Edison Corrêa, coordenador do projeto na UFMG.

Além dos multiplicadores, público ao qual o curso se destina, o Nescon, também é responsável pela articulação com vinte facilitadores que ministrarão os conteúdos. Vindos de instituições de ensino e dos serviços de saúde das quatro regiões do País, entre os facilitadores estão os professores da Faculdade de Medicina da UFMG Unaí Tupinambás e Regina Lunardi. “O facilitador tem o papel de conduzir as discussões e elaborar ao final da oficina uma proposta de educação para os profissionais de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes”, explicou Tupinambás.

Para Edison Corrêa, a proposta de educação voltada para os trabalhadores da saúde é um processo que pressupõe mudanças conceituais, comportamentais e instrumentais e por meio dela o objetivo é criar um dispositivo de formação de multiplicadores de conhecimentos construídos coletivamente. “Com essa inciativa buscamos o aprimoramento dos processos educativos pois trata-se de uma formação rápida, com pessoas estratégicas, que ao voltarem para seus estados, disseminarão os conteúdos apreendidos”, ressaltou Corrêa.

A iniciativa é fruto de parceria do Nescon com as secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (Sgtes) e a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (MS) e faz parte de uma série de estratégias já adotadas pelo governo federal para o enfrentamento da Influenza.

 Programação

O conteúdo do Curso de Formação de Multiplicadores, terá como base o material educativo desenvolvido este ano pelo Nescon: Influenza: aprender e cuidar sem banalizar ou superestimar   e ainda protocolos do próprio MS. A maioria das atividades serão realizadas em subgrupos, e os produtos compartilhados, porém cada estado fará a capacitação de suas equipes de acordo com suas próprias demandas e cronogramas.

O curso faz parte da estratégia nacional de enfrentamento da segunda onda da pandemia de gripe A (H1N1). O plano, lançado pelo governo federal, inclui, entre outras medidas, a capacitação de 300 mil médicos, 292 mil enfermeiros e outros profissionais. Além disso há ainda vacinação, ampliação das unidades de atendimento e o aporte financeiro para que sete novos laboratórios possam identificar a doença com mais rapidez. Os recursos para viabilizar as ações somam parte do montante de R$ 2,1 bilhões aprovados, por meio de medida provisória, em outubro de 2009, como crédito suplementar para combater a doença.

O total de recursos para a rede assistencial chega a R$ 525 milhões, sendo R$ 255 milhões para incentivo e reforço da atenção básica, assistência ambulatorial e hospitalar especializada, R$ 114 milhões para incentivo à Estratégia de Saúde da Família e R$ 140,5 milhões – incluindo R$ 10 milhões para reforço dos Hospitais Universitários – em incentivo à média e alta complexidade.

 Retrospectiva da Influenza

A doença chegou ao país em maio de 2009, levando o Ministério da Saúde a tomar providências também em relação ao atendimento à população e tratamento e controle da doença, estreitando laços e estabelecendo parcerias com os gestores de saúde dos estados e dos municípios e instituições de ensino e pesquisa, entre outros.

A pandemia de Influenza A (H1N1) foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há um ano, o que mobilizou todo o mundo em busca de soluções para o enfrentamento da nova gripe. No Brasil, as atenções voltaram-se para o Sistema Único de Saúde (SUS), que, desde então vem desenvolvendo estratégias e ações, com embasamentos técnicos, do ponto de vista epidemiológico e científico, além de seguir orientações da OMS.

Dados da própria OMS, dão conta de que, até março deste ano, pelo menos 213 países e territórios tiveram casos confirmados laboratorialmente e mais 16.455 mortes foram confirmadas. De acordo com o Ministério da Saúde, só no ano passado o Brasil teve 1.705 óbitos e 39.679 casos graves da doença.

Apesar dos números, é positiva a avaliação do médico infectologista e professor Unaí Tupinambás. Há 20 anos ele lida com doenças contagiosas na Faculdade de Medicina da UFMG. “Como foi observada uma curva mais branda da segunda onda no Hemisfério Norte [onde a circulação do vírus vem diminuindo gradativamente] esperamos que neste inverno a segunda onda desta pandemia seja também mais suave, além disso o cenário atual é mais otimista do que o do ano passado, no entanto não podemos desprezar este novo vírus e nem supervalorizá-lo”, alertou.

Comunicação Nescon
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