Nescon participa de Seminário sobre Mais Médicos em Minas Gerais

Publicado em Diversos - 2 de julho de 2014

20140701_152341

Após 11 meses do início do Programa Mais Médicos, 49 milhões de brasileiros já são atendidos em mais de 3,8 mil municípios brasileiros e distritos especiais indígenas. Os números fazem parte do balanço inicial apresentado nesta terça-feira, 1º de julho, em Belo Horizonte, no Seminário Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para os Brasileiros.

Realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com os envolvidos diariamente na construção do programa, o evento teve o objetivo de apresentar os impactos iniciais e promover um debate sobre as mudanças que o Mais Médicos proporcionou para a sociedade. “Estamos na finalização da fixação dos médicos, então é justamente agora que os envolvidos precisam mostrar quais são os primeiros resultados, já que a princípio iremos conviver com o ele [o programa] por pelo menos três anos. Precisamos olhar os desafios que estão aparecendo e seguir em frente”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Participação da Faculdade de Medicina e Nescon

Como integrante da mesa, o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Tarcizo Nunes, ressaltou o envolvimento da instituição com o Programa Mais Médicos, por intermédio do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon). Com o Curso de Especialização Estratégia Saúde da Família (CEESF), o Nescon contribui para a formação de aproximadamente 1,7 mil médicos do Programa Mais Médicos e do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), além da supervisão realizada por vários dos seus docentes. “Entendemos que a Faculdade de Medicina também vai ao encontro desse programa, na medida em que daremos início ao novo currículo no próximo semestre, o qual é voltado para a atenção primária, atendendo, assim, às diretrizes curriculares do Ministério da Educação e o da Saúde”, apontou Tarcizo.

O ministro Chioro lembrou que essas diretrizes também determinam que o mínimo de 30% da carga horária do internato (estágio dos estudantes de Medicina) terá que ser feita na atenção básica do SUS. Para ele, é justamente a mudança na formação que beneficiará o futuro. “Temos que formar especialistas em todas as áreas, mas de maneira planejada. É necessário que as especialidades dos médicos formados correspondam às necessidades da população”, defendeu.

???????????????????????????????Membro da coordenação do Nescon, a professora da UFMG Maria Rizoneide Negreiros concordou com o ministro. Segundo ela, os 1,7 mil alunos do CEESF refletem a necessidade dessa mudança para que, ao se tornarem especialistas, entendam o contexto no qual vão trabalhar e aprendam a trabalhar para o SUS. Para Maria Rizoneide, aqueles que não entendem o que é o SUS também não conseguem ser bons profissionais da rede privada.

Convidada a apresentar o Nescon e o CEESF, Maria Rizoneide mostrou entusiasmo com a metodologia e a estrutura curricular do curso. “Os supervisores trazem suas experiências profissionais para dentro da sala de aula e isso muda a informação. Há percalços, mas os benefícios são maiores. Hoje a sociedade tem uma assistência de qualidade, temos profissionais que não encontrávamos no passado”, afirmou. Ela completou que o “atender e o acolher” é que garantem um atendimento de qualidade.

Impacto do Mais Médicos em Minas Gerais

O ministro da Saúde chamou a atenção para os três componentes importantes do Programa Mais Médicos: melhoria da infraestrutura, formação de médicos e provimento emergencial.  Nessa perspectiva, Arthur Chioro apresentou as mudanças iniciais ocasionadas pelo Mais Médicos em Minas Gerais. Segundo o ministro, mais de 4 milhões de mineiros foram contemplados.

Ainda de acordo com o balanço apresentado, os 1235 médicos do estado levaram a atenção básica para 463 municípios e um município indígena. Os resultados apontam o aumento de 40% no atendimento das pequenas urgências; aumento de 14% de consultas por demanda; e de 16 % de consultas agendadas, o que significa um acompanhamento continuado. Houve incremento de 35% no atendimento aos dependes de drogas e álcool e de quase 19% a transtornos mentais leves – o que é fundamental para a rede de atenção psicossocial, impedindo o agravamento desses casos e um desfecho mais complicado.  Também houve aumento de 17% no pré-natal, implicando, segundo Chioro, na diminuição da mortalidade infantil e em mais saúde para as mães e os bebês.

Na oportunidade, o ministro adiantou futuras mudanças, como a autorização do Ministério da Educação para a abertura de 336 vagas para formação de médicos e 356 novas vagas de residência. Além disso, comentou que R$ 46 milhões serão repassados para Minas e seus municípios, para serem aplicados na rede de urgência, no atendimento em oncologia, no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), dentre outros.

Impacto do Mais Médicos no Brasil

20140701_163707

Ministro mostra a necessidade dos médicos cubanos  para o Brasil oferecer a atenção básica em todo o território nacional

“Em 25 anos de existência do SUS e 20 anos de estratégia da saúde da família, é a primeira vez que estamos experimentando a possibilidade de ter a atenção básica em todo o país. Quando não se tem a atenção básica funcionando na região, acabam migrando para a urgência e emergência os casos que deveriam ser resolvidos no posto de saúde”, relatou o ministro da Saúde, ao divulgar o número atualizado de médicos no Brasil. São 14.461 médicos atuando por todo o território nacional, incluindo aos brasileiros os profissionais intercambistas e cubanos.

Dentre os resultados apresentados sobre os impactos no Brasil, houve o aumento de 35% no número de consultas da atenção básica e uma redução de 21% de encaminhamentos para outros hospitais. Segundo Chioro, o fato de ter ocorrido um aumento de 11% no pré-natal e 44% dos atendimentos aos diabéticos, por exemplo, significa uma mudança da realidade da saúde da população brasileira, já que acarreta a diminuição de doenças ocasionadas pela falta de prevenção ou acompanhamento.