Nescon pode ser novo Centro Colaborador em Recursos Humanos da OPAS

Publicado em Notícias - 27 de Janeiro de 2009

O indicativo foi dado em oficina realizada na Jamaica, entre 19 e 24 de janeiro. Na oportunidade, representantes do Nescon, do Ministério da Saúde e do governo jamaicano se reuniram para discutir o andamento Projeto Desenvolvimento de Saúde sustentável e equânime nas Américas através de abordagens inovadoras de planejamento de recursos humanos baseados em necessidades. A iniciativa, também chamada de projeto Consortium , é resultado de uma parceria entre os governos brasileiro, canadense e da Jamaica. Trata-se de um esforço conjunto para construir meios de planejamento e direcionamento da mão-de-obra em saúde de cada país, considerando sobretudo a escassez desse tipo de profissional no mundo inteiro.“Fomos à Jamaica para ver a quantas anda o trabalho dos jamaicanos nesse projeto”, explica Ricardo Alexandre de Souza, gerente de projetos do Consortium. “O que vimos é que, lá, o projeto tem evoluído, mas não conta com o sistema de informações que nós temos aqui. Para se ter uma idéia, as últimas informações confiáveis deles [sobre demanda, contratação e distribuição de trabalhadores da Saúde] são de 1991, enquanto as nossas são de 2005/2006”, conta.

Outra notícia trazida por Souza é que o bom trabalho desenvolvido no Brasil deve render ao Nescon, além do título de Centro Colaborador em Recursos Humanos da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) no Brasil, também o de referência para os centros colaboradores da Organização existentes no Peru, no Chile, e na própria Jamaica. “Com isso, a idéia é que haja uma transmissão do conhecimento que acumulamos aqui para outros estados – já que, atualmente, o componente brasileiro da pesquisa trabalha apenas com Minas Gerais e Ceará – e para a América do Sul. Nós faríamos o que o Canadá faz conosco hoje, transferência de conhecimento”, esclarece.

A próxima parada de Ricardo Souza será no Canadá, junto aos representantes do Health Canadá, interessados em conhecer mais sobre a experiência brasileira em sistemas de informação a respeito dos recursos humanos da Saúde. Já entre 20 e 24 de abril, os canadenses e demais integrante do Consortium é que devem desembarcar em Brasília. Desta vez, porém, acompanhados de nações como o Chile e Peru, além de representantes de alguns países africanos de Língua Portuguesa, também interessados na troca de experiências com o Brasil.

 Projeto Consortium

Organizado pela OPAS e Organização Mundial de Saúde (OMS), o Projeto Desenvolvimento de Saúde sustentável e equânime nas Américas através de abordagens inovadoras de planejamento de recursos humanos baseados em necessidades, é uma iniciativa de planejamento de recursos humanos em Saúde baseado nas necessidades da população. Chefiado pelo Canadá, o projeto conta ainda com a participação da Jamaica e do Brasil.

Consortium é coordenado pelo Nescon, e, até o momento, abrange as cidades de Belo Horizonte e Fortaleza. Nas duas capitais, o objetivo é, baseado nas tendências epidemiológicas, demográficas, na oferta de profissionais de saúde, entre outras informações, determinar a verdadeira demanda por trabalhadores em saúde da região. Também será possível fazer projeções futuras para essa mesma demanda. Segundo o coordenador do Consortium no Brasil, Raphael Aguiar, a intenção é que gestores de saúde tenham à mão uma espécie de modelo dinâmico de simulação matemática, que lhes ajude a tomar decisões.

Aguiar destaca que essa é uma ferramenta importante sobretudo no contexto de escassez de profissionais de saúde em todo o mundo. “Só na África, por exemplo, há um déficit de 1,4 milhões desses trabalhadores. No Brasil, estamos na média, mas a mão-de-obra é mal distribuída, o que faz com que ainda tenhamos municípios sem cobertura da Estratégia de Saúde da Família”, explica. Em âmbito global, a OMS calcula que o déficit chegue a 4 milhões de profissionais.

O projeto deve ser finalizado em 2011. A expectativa é que, já em abril desse ano, gestores dos municípios de Fortaleza e Belo Horizonte possam fazer simulações sobre a necessidade e manejo do contingente de recursos humanos em saúde auxiliados pelo novo modelo dinâmico de simulação matemática.

Comunicação Nescon
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