Oficina discute pesquisa sobre educação em saúde

Publicado em Notícias - 3 de julho de 2008

 A qualidade dos serviços de saúde está ligada um processo de educação permanente de seus profissionais. A garantia da eficácia desse processo, por sua vez, depende de avaliação constante, sobretudo no que se refere à maneira como ele é gerenciado. Foi em torno deste princípio que representantes do Nescon, do Ministério da Saúde e da Faculdade de Medicina se reuniram hoje e ontem no Nescon para uma oficina, cujo objetivo é avaliar andamento do projeto Avaliação Exploratória da Gestão da Educação na Saúde. Coordenada pela professora Soraya Belisário, a pesquisa busca fazer um diagnóstico da implantação e funcionamento de iniciativas educacionais em saúde tanto no âmbito das instituições ligadas ao SUS, como também em universidades e outras organizações.O evento contou com a presença do diretor da Faculdade de Medicina, Francisco Penna; pesquisadores da área temática Trabalho e Educação em Saúde, da professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Célia Pierantoni, entre outros convidados. Durante o encontro, os participantes se debruçaram sobre temas como implantação e funcionamento das ações de educação em saúde no país, além do desempenho de iniciativas como a residência multiprofissional e transformação dos currículos de medicina de modo a atender às necessidades do SUS – eixos centrais da pesquisa e que norteiam as intervenções do Governo Federal na resolução de problemas referentes à formação profissional dos trabalhadores da saúde pública.

Componentes
De acordo com Soraya Belisário, os pesquisadores estão divididos em três componentes: Avaliação das condições de gerenciamento e execução de ações de educação na saúde na esfera estadual do SUS; Avaliação de desempenho do programa de incentivo a mudança curricular nos cursos de graduação em Medicina e Avaliação de processos de capacitação pós-graduada – residência multiprofissional e curso de especialização em saúde da família. O primeiro grupo vai percorrer todos os estados brasileiros, a fim de analisar o gerenciamento e execução de ações de educação pelas secretarias estaduais de saúde. O segundo pretende verificar a atuação de 19 escolas de Medicina contempladas pelo Projeto de Reforma Curricular do Curso de Medicina (PROMED), criado em 2002 pelo Ministério com o intuito de adequar a formação dos estudantes ao trabalho na saúde coletiva. O terceiro, por sua vez, buscará avaliar aspectos como a qualidade das residências multiprofissionais e especializações em saúde da família ofertadas em escolas brasileiras. “Até o momento, já percorremos 18 estados, 9 instituições de ensino com PROMED, e realizamos duas oficinas macrorregionais com os coordenadores de residências multiprofissionais e especializações. Em breve, esperamos poder divulgar os resultados preliminares”, afirmou Belisário. Célia Pierantoni, que presta consultoria à pesquisa, acredita que os dados produzidos serão de grande valia para estudiosos e gestores em saúde coletiva. “Eles permitirão o embasamento de uma série de ações, como produção de conhecimento por meio de teses, dissertações, e mesmo possíveis ações do próprio Governo Federal”, destacou.

A finalização dos estudos tem ainda um longo caminho a percorrer. Os resultados gerais devem sair em meados de 2009.

Comunicação Nescon
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