Programa de rádio apresenta série sobre saúde no interior e a telessaúde

Publicado em Diversos - 12 de Janeiro de 2015

A transferência de um paciente entre municípios costuma ser caracterizada pela necessidade da realização de procedimentos complexos ou uma análise diagnóstica profunda. Em alguns casos, no entanto, esses encaminhamentos não são tão urgentes quanto se pensava inicialmente, contribuindo para congestionar os atendimentos dos grandes hospitais. Em busca de contornar tal situação, surge a e-saúde ou telessaúde – um “casamento” entre a medicina e a tecnologia, que leva os especialistas da capital para as cidades do interior via internet.

“Nas comunidades menores e mais isoladas, onde o médico não consegue compartilhar suas dúvidas com outros companheiros, ele pode resolver, através de um suporte prestado à distância, situações que não esteja seguro com centros médicos maiores”, explica o professor da Faculdade de Medicina da UFMG e presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms), Cláudio de Souza. Segundo o especialista, somente a Faculdade de Medicina da UFMG possui cerca de 900 pontos de telessaúde espalhados pelos municípios de Minas Gerais, auxiliando os postos de saúde de diversas formas.

Capacitação dos profissionais da atenção básica de Itabirito-MG para a utilização da telessaúde

Uma delas busca o diagnóstico rápido dos casos, por meio da troca de informações sobre exames realizados pelo paciente. “Através de pequenos equipamentos já é possível fazer exames como medição de pulso, avaliação da respiração e até eletrocardiogramas. Esses dados colhidos podem ser passados para o computador do médico e encaminhado para os grandes centros de saúde, que auxiliam os municípios do interior”, afirma o professor.

Como consequência, há a queda do número de deslocamentos desnecessários para a capital, o que reduz a quantidade de ambulâncias em circulação e diminui os acidentes de trânsito.

Outro benefício é a possibilidade de um acompanhamento mais próximo da capital na recuperação de pacientes que precisam tomar medicações, como portadores de diabetes. “Já possuímos equipamentos de monitoramento que são como caixinhas de remédio”, revela Souza. “Na hora em que o paciente tira o medicamento para tomar, uma central que regula já sabe. Se ele não retirar o medicamento, o responsável pelo monitoramento liga para a casa dele e o alerta sobre o atraso na medicação”.

Apesar dos avanços da tecnologia na área médica, Cláudio de Souza ressalta que o contato pessoal entre o médico e o paciente permanece essencial. “Não é somente a infra-estrutura que atende o indivíduo. Existe uma parte muito subjetiva que é o acolhimento do paciente, ouvi-lo e tratá-lo bem. Do ponto de vista psicológico, isso faz toda a diferença”, destaca.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência, que apresenta a série Saúde no Interior e Rede de Integração entre os dias 12 e 16 de janeiro de 2015, é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h05, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. Ele também é veiculado em outras 93 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Para escutar os programas na íntegra, acesse: https://soundcloud.com/saudecomciencia/sets/saude-no-interior-e-rede-de-integracao.