Professores e alunos do curso são convidados a construir debate sobre o assunto
Nos próximos dias 24 e 25 de fevereiro acontece, na Faculdade de Medicina da UFMG, o “Fórum de ensino médico” realizado pelo Colegiado do curso de Medicina e o Núcleo Docente da instituição.
O encontro é uma iniciativa para discutir a realidade do ensino atual e políticas para a melhoria das condições da educação médica, capacitação dos professores e aprimoramento das técnicas pedagógicas.
No dia 24, voltada para professores do curso de Medicina da Unidade, acontece a “Oficina de capacitação docente: formação médica e avaliação”, na qual será discutida a realidade do curso, especificamente em relação ao Novo Currículo, implementado no segundo semestre de 2014, a integração das disciplinas, práticas pedagógicas mais integrativas de ensino e a relação entre ele e os campos de prática.
Já no dia 25, o seminário “Formação Médica e inserção nos serviços de Saúde” propõe espaço para debate entre professores e alunos da área, além de gestores da rede pública de Saúde de Belo Horizonte. “As diretrizes do Ministério da Educação orientam para que os alunos tenham uma formação generalista, crítica, resolutiva, baseada em princípios éticos e humanísticos. É preciso que eles sejam formados para as necessidades da sociedade, que em outras palavras, são as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Iremos apontar caminhos pedagógicos para atingir essas metas a partir da realidade do ensino atual”, explica a professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e coordenadora do curso, Alamanda Kfoury.
Confira a entrevista com a professora:
Quais foram as maiores mudanças no ensino da Medicina nos últimos anos?
Eu classificaria três grandes modificações: a primeira delas é uma inserção cada vez maior do estudante nos campos de prática, pela ideia de que o aluno aprende fazendo. Uma segunda mudança é o fortalecimento do ensino da urgência e emergência, e um terceiro ponto é a consolidação do ensino da ética e bioética. Essas mudanças aconteceram para atender as necessidades da sociedade hoje, principalmente no SUS, que são a Atenção Primária, o atendimento de urgência e emergência e um profissional que seja comprometido com a população.
E as mudanças em sala de aula?
A grande mudança de paradigma que acontece hoje nas escolas de medicina é transferir a responsabilidade do conhecimento do professor para o aluno. O aluno passa a ser o protagonista do seu aprendizado e o professor um facilitador, um motivador. Mudaram também as metodologias de ensino. Além da sala tradicional, há muito ensino em ambientes de simulação, com manequins, modelos e uma série de dispositivos práticos para o aluno.
Como o professor deve lidar com essas mudanças?
O professor precisa se aprimorar. Ele carrega em si a missão de ensinar, mas a formação precisa evoluir. Ele tem que sair da zona de conforto de ser o detentor do conhecimento e passar a ser um facilitador dele.
Com os alunos se tornando protagonistas do seu conhecimento, como se sairão os alunos passivos?
O aluno passivo vai adquirir a informação, mas não vai ter a formação. Ele irá se formar mais despreparado, terá dificuldade se precisar se adaptar ou improvisar em alguma situação. Esse aluno perde em consciência crítica, em criatividade e em resolutividade.
Qual a importância de se realizar evento como esse fórum?
Toda instituição de ensino comprometida com a formação precisa discutir os assuntos propostos no evento. Eles norteiam as políticas pedagógicas de ensino capazes de formar médicos competentes e de que a sociedade precisa.
Acesse a programação completa e mais informações do Fórum de Ensino Médico.