Seminário Internacional discute Força de Trabalho em Atenção Básica à Saúde

Publicado em Notícias - 30 de Maio de 2009

Discutir sobre uma distribuição eficaz da força de trabalho em saúde – tanto no nível local como no internacional, além de possibilitar maior integração e futuras parcerias entre as instituições – do serviço ou acadêmicas – para subsidiar gestores na tomada de decisões nas políticas públicas de saúde. Esses são os objetivos principais do Seminário Internacional de Planejamento de Força de Trabalho em Atenção Básica à Saúde, que acontece entre os dias 2 e 5 de junho, em Brasília (programação).
 
Teorias e práticas de planejamento de recursos humanos em saúde são temas recorrentes no Brasil e, para atender a gestores que se vêem constantemente às voltas com a falta de profissionais adequados e discrepâncias em sua distribuição regional, várias instituições brasileiras têm trabalhado – ainda que de forma desintegrada – com geração de evidências para políticas de recrutamento e fixação de trabalhadores de saúde.
 
Recentemente a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e os Ministérios da Saúde do Brasil, Jamaica e do Canadá iniciaram uma parceria com o Nescon e a universidade canadense de Dalhousie e desde então iniciaram o Projeto Consortium – com o intuito de desenvolver estratégias para a simulação e projeções futuras de necessidades de recursos humanos para a Atenção Básica, baseando-se em necessidades epidemiológicas e demográficas das populações.
 
O Seminário Internacional de Planejamento de Força de Trabalho em Atenção Básica à Saúde é organizado pelo Nescon em parceria com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Sgtes/MS) e Opas/OMS. A programação inclui workshop, apresentações de experiências colaborativas entre Brasil e Canadá, com destaque para a discussão sobre a importância da liderança no planejamento dos recursos humanos em saúde, baseado em necessidades reais das populações. 

Participarão do evento representantes de instituições acadêmicas brasileiras, do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde de Minas Gerais e Ceará, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, da Organização Panamericana da Saúde, da Organização Mundial da Saúde e da Global Health Workforce Alliance

Segundo os organizadores, a partir desse evento, pretende-se iniciar uma rede colaborativa brasileira para o desenvolvimento compartilhado de modelos de simulação de necessidades de profissionais de Atenção Básica – que será o piloto de uma rede maior, de âmbito internacional, a ser instituída pela Opas.
 
O evento contará com a participação de vários pesquisadores do Nescon. O Coordenador da Estação de Pesquisa de Sinais do Mercado de Trabalho (Nescon),  Sábado Nicolau Girardi, apresentará a experiência do Núcleo na geração de evidências para a tomada de decisão.
 
Projeto Consortium
O Projeto Consortium é coordenado, no Brasil, pelo Nescon, e, até o momento abrange os estados do Ceará e Minas Gerais. Nos dois estados, o objetivo é, baseado nas tendências epidemiológicas, demográficas, na oferta de profissionais de saúde, entre outras informações, determinar a verdadeira demanda por trabalhadores em saúde das regiões. Também será possível fazer projeções futuras para essas necessidades observadas. Segundo o coordenador do Consortium no Brasil, Raphael Aguiar, a intenção é que gestores de saúde tenham à mão uma espécie de modelo dinâmico de simulação matemática, que lhes ajude a tomar decisões baseadas em evidências.

Aguiar destaca ainda que essa é uma ferramenta importante sobretudo no contexto de escassez de profissionais de saúde em todo o mundo. “Só na África, por exemplo, há um déficit de 1,4 milhões desses trabalhadores. No Brasil, estamos na média, mas a mão-de-obra é mal distribuída, o que faz com que ainda tenhamos municípios sem cobertura da Estratégia de Saúde da Família”, explica. Em âmbito global, a OMS calcula que o déficit chegue a 4 milhões de profissionais.

O projeto deve ser finalizado em 2011. A expectativa é que, ainda nesse semestre gestores dos estados do Ceará e MG possam fazer simulações sobre a necessidade e manejo do contingente de recursos humanos em saúde auxiliados pelo novo modelo dinâmico de simulação matemática já desenvolvido pela parceria.

 Comunicação Nescon
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