Seminário sobre dengue reúne mais de 400 participantes entre comunidade e autoridades

Publicado em Notícias - 17 de Abril de 2008

O Nescon em parceria com a Diretoria da Faculdade de Medicina e o Cenex/Med, promoveram nesta quinta-feira, às 16h, no Salão Nobre da Medicina, o Seminário Dengue: decifra-me ou devoro-te. Coordenado pela profª Regina Lunardi, do Depto. de Pediatria e pelo prof. Ari Pinho Tavares, do Cenex, o seminário contou com mais de 400 pessoas, entre alunos de Medicina, Enfermagem e outras áreas e muitos profissionais de saúde.

Na abertura o prof. Manoel Otávio da Costa Rocha, coordenador da pós-graduação em Infectologia e Medicina Tropical, destacou o alto índice de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias considerada a segunda maior causa de morte no mundo. Entre elas o dengue aparece como exemplo significativo, principalmente em sua forma clínica denominada hemorrágica. Segundo Rocha, esses números são ainda maiores em crianças e em países subdesenvolvidos. “Essas doenças matam mais de 12 milhões de pessoas por ano no mundo. Só aqui em Belo Horizonte, 25% das internações hospitalares do Hospital Odilon Behrens se devem a doenças infecciosas e parasitárias” explicou. (Veja os slides)

Na seqüência a Drª Palmira Bonolo, da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, detalhou a situação da dengue em Belo Horizonte. De acordo com Bonolo, dados atuais da Vigilância Epidemiológica revelaram que até o dia 17 de abril, foram notificados 6.228 casos suspeitos dentre os quais 2.248 foram confirmados, 70% deles concentrados na região Nordeste da capital. (Veja os slides)

Também foi apresentada a situação do dengue em Minas Gerais e as ações de prevenção e controle, pelo gerente da Vigilância Ambiental Estadual, Francisco Lemos. (Veja os slides)

Sobre o manejo clínico, a médica Sílvia Hees de Carvalho, alertou para a os sintomas, comparados com doenças infecciosas. “A dengue tem um alto grau de inespecificidade, pois sintomas comuns são febre, dores de cabeça e nas articulações, cansaço e vômito, semelhante a outras doenças, o importante é atentar para dengue mas sem descartar outras possibilidades, além disso é fundamental fazer a prova do laço, que garante até 80% de acerto no diagnóstico do tipo hemorrágico”, opinou. (Veja os slides)

A profª Helaine Brant, do Deptº. de Pediatria da Medicina, revelou dados de pesquisas desenvolvidas pela pós-graduação da Faculdade, de atendimentos de crianças de 1 a 12 anos, em Belo Horizonte, analisando casos de dengue e não-dengue e alertou sobre os riscos de um diagnóstico precipitado. “Nessa análise nós temos por exemplo crianças com dengue, que apresentaram dor de cabeça em 37% dos casos, prostração em 47% e vômito em 35%, já crianças com outras doenças apresentaram sintomas muito semelhantes, 36%, 46% e 28%, respectivamente o que pode confundir o diagnóstico, nesses casos os sinais de alerta podem se diferenciar”, ressaltou.

Após as apresentações, as 14 questões do cd-rom Dengue: decifra-me ou devoro-te foram comentadas pelos palestrantes e houve sorteio de kits e livros. Seminário Dengue: decifra-me ou devoro-te é parte das ações de prevenção e controle da dengue desenvolvidas no Campus Saúde da UFMG.

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