Assédio moral, desumanização no ambiente de trabalho, medo de errar ou de elaborar diagnósticos pouco precisos por conta da ausência da tecnologia disponível, dificuldades nas relações, esses foram alguns dos assuntos discutidos hoje no primeiro dia de mesas-redondas do I Simpósio sobre Condições de Saúde e Trabalho no setor Saúde, que acontece até amanhã no Campus Saúde da UFMG.
A mesa natureza e organização do trabalho no setor saúde, coordenada pela profa. Soraya Belisário e apresentada por Jussara Brito (ENSP), Luciana Parisi (PBH) e Regina Marsiglia, Rede Observatório de Recursos Humanos, despertou o interesse da platéia composta por público diversificado, mas em sua grande maioria, trabalhadores da saúde. Muitos relataram experiências do cotidiano como a auxiliar de enfermagem Ivanil Mendes Martins, da Equipe de PSF do bairro Taquaril, município de Belo Horizonte. “Infelizmente existe um senso comum que estabelece que funcionários públicos são preguiçosos, seguindo esse raciocínio alguns gestores começam a exigir produtividade, como se fossemos máquinas e isso compromete o atendimento ao paciente”, desabafou. Ela acredita que é preciso ter um olhar social, não só sobre a população atendida pelo SUS, mas também sobre o trabalhador da saúde, que enfrenta os mesmos problemas “às vezes parece que as pessoas se esquecem que também somos a população”, acrescentou.
Para Maria Helena Machado, diretora do Departamento da Regulação e Gestão do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde, é preciso ter sensibilidade com as questões dos trabalhadores. “Precisamos olhar com atenção em que condições são realizados estas atividades essenciais do ponto de vista da segurança no trabalho, da produção da saúde, do processo e das condições de sua realização”, opinou.
Durante todo o dia aconteceram sessões de apresentação com os temas Trabalho na Atenção Básica, Saúde Mental, Gestão do Trabalho e Recursos Humanos em Saúde, Riscos nos Estabelecimentos de Saúde e Mercado e Força de Trabalho em Saúde. Amanhã a programação começa às 8:30h com a mesa-redonda emprego e regulação do trabalho no setor saúde e efeitos sobre os sistemas de atenção à saúde das populações, o encerramento será às 16 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. Há pôsteres afixados no Centro de Memória da Medicina e os autores estarão no local às 10:30 e às 15:30h.
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Redação: Zirlene Lemos- Jornalista
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