Sistematização de dados sobre força de trabalho é desafio da Saúde, diz palestrante internacional

Publicado em Diversos - 19 de novembro de 2013

20131118_092806“É difícil para um governo tomar decisões e coordenador esforços – sobretudo no que se refere ao setor saúde – se não sabe o que está acontecendo com os recursos humanos de seu país”. Feita por Marylin DeLuca, da New York University, a constatação norteou as discussões da palestra “Transformando a Força Global de Saúde”, realizada na manhã de hoje no Nescon. O evento, que reuniu estudantes, jovens pesquisadores e professores da UFMG, refletiu sobre o delicado equilíbrio entre saúde global e a disponibilidade de recursos humanos para o setor.

“Em muitos países do mundo, o que inclui os Estados Unidos, faltam dados sobre profissionais de saúde. Não se sabe muito bem quem eles são, que formação têm, em que condições trabalham, como estão distribuídos. Sem essas informações, como podem as autoridades fazer um planejamento eficiente de sua força de trabalho, de maneira que ela atenda as necessidades da população?”, destacou DeLuca

O mediador da palestra e pesquisador do Nescon Raphael Aguiar pontou, entretanto, que o Brasil é uma das nações que vem desenvolvendo um bom trabalho nesse sentido.  Segundo Aguiar, a tomada de iniciativas consistentes para a sistematização de dados sobre recursos humanos em Saúde é relativamente recente no país, mas há projetos importantes criados com esse objetivo. Um deles seria a Plataforma Arouca, dispositivo capaz de concentrar informações sobre a força de trabalho em Saúde no país de forma organizada e integrada. O outro, a Rede de Observatório de Recurso Humanos, a qual o Nescon integra com a Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado, que monitora os sinais do mercado de trabalho em Saúde. “O Nescon, inclusive, talvez seja uma referência no país sobre dados da força nacional de Saúde. Muitos dos dados que o Ministério da Saúde está usando para o Programa Mais Médicos, por exemplo, vem daqui”, completou.

Outras questões mundiais acerca da força global de Saúde foram debatidas durante o encontro. Marilyn DeLuca abordou ainda temas como a dificuldade comum a grande parte do países de fixação profissionais, em função as correntes migratórias, além da falta generalizada de trabalhadores da Saúde – não só de médicos, como de agentes comunitários, enfermeiros e técnicos diversos. Reforçou também importância de se fixar a garantia de uma assistência apropriada às populações em todo o planeta como meta de desenvolvimento do milênio.

Sobre a palestrante

Mestre em Enfermagem, doutora em Saúde Pública, Marilyn DeLuca é professora da escola de Medicina da New York University, além de respeitada consultora nas áreas de sistema de saúde, força de trabalho em Saúde e filantropia em Saúde. É ainda diretora executiva  e fundadora do Jonas Center for Nursing Excellence, instituição filantrópica que oferece bolsas a estudantes de Enfermagem e  membro da American Public Health Association, entidade ligada ao fortalecimento da Saúde Pública nos Estados Unidos.

Marilyn DeLuca lançou, recentemente, o livro Transforming the Global Health Workforce (Transformando a força de Saúde Global) – que teve um capítulo escrito pelo coordenador do Nescon, Francisco Campos, pelo coordenador de Gestão do Conhecimento da UNA-SUS, Vinícius Araújo Oliveira, e pela professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Sônia Soares. Saiba mais.