Tecnologia tridimensional possibilita novos horizontes para a área da saúde

Publicado em Notícias - 5 de dezembro de 2018

O uso de tecnologia tridimensional, tanto para a produção de imagens quanto para a impressão 3D, representa novas possibilidades para a área da saúde, desde o planejamento cirúrgico até à base de tudo: o ensino médico. Na Faculdade de Medicina da UFMG, essa tecnologia vem sendo desenvolvida para aprimorar o ensino na área, por meio de projetos da política do Ambiente Virtual de Aprendizado em Saúde do Século 21, o Avas21.

Impressora 3D é apresentada ao público durante seminário do Avas21. Foto: Carol Morena.

De acordo com o estudante de Medicina e integrante do Avas21, Bruno Oliveira, a técnica usada pelo modelo da Faculdade consiste na impressão em camadas. “A impressora aquece um filamento de PLA (Plástico de Poliácido Láctico) e deposita em uma chapa no formato escolhido”, explica.

No ensino médico, as impressões permitem produzir peças para auxiliar no aprendizado de anatomia. “Muitas áreas da medicina precisam de um treinamento intenso e faltam peças anatômicas para esse treinamento”, explica a  professora do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina, Helena Gonçalves Becker. Ela avalia que as impressões 3D não vão substituir as peças anatômicas, “mas se somar a elas para um treinamento mais rico”.

Cirurgia

Outra possibilidade do uso da impressão 3D é na área cirúrgica. De acordo com o representante da empresa Wishbox, Rodrigo Marim, a tecnologia pode ser usada na fabricação de próteses customizadas e no planejamento cirúrgico. “Na cirurgia, ter peças impressas é importante para que o especialista possa estudar o paciente antes do procedimento”, pondera. Assim, segundo ele, é possível testar como e onde será feito o corte para a cirurgia, por exemplo, reduzindo o tempo da operação e contribuindo para a recuperação do paciente.

Imagem tridimensional

Esse tipo de imagem pode agregar às ações educativas e de conscientização da população. Um exemplo dessa aplicação é o projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Faculdade de Medicina, que desenvolveu imagens tridimensionais do barbeiro transmissor da Doença de Chagas. A imagem possibilitou o treinamento de agentes de saúde e da própria população para o reconhecimento do inseto nas áreas de maior incidência da doença.

A partir de imagens como essa, de acordo com o arquiteto Bruno Oporto, que atuou no projeto, é possível pensar em novas possibilidades para auxiliar a população. “Por exemplo, em imagens em 3D com realidade virtual, para brinquedos como quebra-cabeças, e jogos para celular, que contribuam em campanhas e ações em saúde”, pontua.

Seminário

Algumas dessas possibilidades da aplicação da impressão e imagens tridimensionais na área médica foram apresentadas durante o terceiro seminário Avas21, com o tema “Tecnologia aplicada ao ensino de saúde”. O evento foi promovido nessa sexta-feira, 30 de novembro, pela Faculdade de Medicina da UFMG, junto ao Centro de Tecnologia em Saúde da Instituição (Cetes); Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon); Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) e Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.

Mais informações: site.medicina.ufmg.br/avas21/